domingo, 22 de abril de 2018
Primeira Prenda 1ª Parte
A Minha Primeira Prenda 1ª Parte
Nazaré, 23 de Dezembro de 1948
No início da noite, a Vila de Nazaré era fustigada com uma forte trovoada.
Tal como o Sol, o clarão dos relâmpagos iluminavam as ruas por alguns minutos. A população estava assustada e entre os mais idosos, não havia memória de ver tal acontecimento.
Na casa do António, a família estava reunida na cozinha a tomar a última refeição.
O João, filho mais novo, com 8 anos de idade estava assustado com os estrondos dos trovões, chorando agarrado à sua mãe.
A Rita, filha com onze anos de idade, também não se sentia tranquila.
Aproximava-se do seu pai com a lágrima no olho, prestes a querer chorar.
Como era hábito, no centro da mesa, permanecia o candeeiro a petróleo iluminando o pequeno espaço da cozinha.
A senhora Rosa, esposa de António, baixou um pouco a torcida do candeeiro, altura em que reparou que o petróleo estava a chegar ao fim.
A falta de luz naquele momento, podia provocar mais intranquilidade na família.
Uma hora depois. O mau tempo amainava, continuando a chuva a formar pequenos lagos, nas zonas mais baixas da Vila.
O Natal estava a chegar, mas o mau tempo tinha-se antecipado à chegada da quadra, mais bonita do ano.
O António, lamentava esta arrogância da Natureza e, muito preocupado abriu a porta principal, a fim de observar as condições do tempo; adiantando para a sua esposa: - Olha Rosa vai deitar as crianças, o mau tempe já vai p’la terra dentre.
O João ao ouvir tal notícia acrescentou: - I’nda bem à pai, o Natal vem aí, e eu quere pôr na chaminé o mê’ tamanco; O Menino Jesus vai me dar uma prenda!
O António surpreendido com tal notícia, por alguns instantes ficou a olhar para o João; depois de ver a sua alegria, acariciou - o elevando nos seus braços, e beijou-o com muita ternura.
Continua.
j. Balau
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