segunda-feira, 30 de outubro de 2017
Episódio 54 . Nazaré. Velhos lobos do Mar
Episódio Nº 54 – Nazaré. Velhos Lobos do Mar
- Mãe, oiça com atenção o que lhe vou dizer… O senhor Armando, vai ajudar-me no meu casamento!
- Ai…’na me digas! … Mas tu tiveste a falar com ele?
- Sim mãe tive. Eu não esperava por esta notícia… até parece mentira; eu acredito que ele vai cumprir com o que me prometeu!
- À filhe, o senhor Armande já te dou provas, que gosta de te ajudar.
- Eu sei mãe, mas o que ele me disse… Olhe, eu agora não lhe vou dizer mais nada… assim que eu possa depois conto-lhe tudo. Agora tenho mais que fazer!
- O Zé estava realmente radiante com tanta boa notícia, que o seu patrão lhe tinha dado. A sua namorada, tinha que saber desta novidade e não perdeu tempo. Dirigiu-se a casa dela, para lhe dar a agradável notícia do senhor Armando -
- Pouco depois -
- É verdade Rosa, eu não estou a mentir, até já contei isto à minha mãe.
- Eu estou achar muita coisa Zé!
- Tu tens o direito de pensares o que quiseres, não te censuro por isso; mas acredito no meu patrão.
- Ouve cá Zé, tu não achas que o senhor Armando ,anda mas é a engraxar -te pa’tu seres um escrave dele…tu fartas-te de trabalhar, quase na’tens descanse.
- Ouve cá Rosa, tu tens alguma razão para ficares assim desconfiada?
- Desconfiada não, mas sobre aquilo que tu me disseste… o senhor Armando vai ajudar-te com muita coisa, ache muita fartura Zé… Na’conheces o velho ditado: - quando esmola é grande o pobre desconfia!
- Olha Rosa, se tu tens alguma dúvida eu não, o meu patrão da maneira como me falou, notei que ele quer mesmo ajudar.
Agora devemos apresentar o caso aos nossos pais, para eles terem conhecimento do que se passa.
- Está bem, eu falo com o meu pai, ele não vai opor-se com certeza.
- Algum tempo depois chegava o mês de janeiro. Na praia, a faina da pesca movimentava-se com normalidade. Os barcos num vai e vem, retiravam o peixe para seguir para a venda.
A lota na hora da tarde, seguida pelos compradores, todos compravam o peixe variado que mais lhes interessava.
Maria (peixeira) também estava presente, de vez em quando ela comprava peixe para o seu mercado, vendendo nos arredores da Nazaré.
Uma colega a certa altura disse-lhe: - Ouve cá Maria ò’vi dezer que o teu sobrinho Zé, vai-se casar com a filha do Encharrôque?
- È verdade à miga. Vão-se casar pó mês que vem se Deus quiser:
- À já tinha óvide dezer. Olha, mal empregado rapaz nessa moça!
- Mas ouve cá cara de catane… mas porquê!... É por causa da moça ser pobre!
Fim do 54º Episódio
M. Francelina e José Balau.
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