sexta-feira, 21 de abril de 2017

38º Episódio - Nazaré. Velhos Lobos do Mar

38º Episódio – Nazaré. Velhos Lobos do Mar

- E é mesme à Vergina… S’ele na’agarrar este ofrecimente c’as duas mãos é burre… Q’antes manientezinhes sem impertança, augavam per’um empreguezinhe destes, e ele ainda ‘tá em dúveda se há - de ir ó bacalhau!
( entretanto o Zé chegou ao posto da Guarda Republicana )
- Bom dia. Posso entrar senhor Guarda?
- Sim faça favor.
- Eu queria pedir ao senhor Guarda um favor.
- Então!
- O meu pai, tratou muito mal a minha mãe, não só lhe bateu até ficar negra, como a ofendeu muito. Se calhar ele agora não se lembra de nada, porque a bebedeira era grande. Agora, a taberna já não lhe fia, mas há sempre um ou outro amigo que lhe paga um copo… Eu queria pedir ao senhor Guarda, que tivesse uma conversa com ele para o assustar; nem que inventasse uma nova lei; quem bebesse demais podia vir passar uns dias à cadeia.
- E tu achas que ele vai acreditar nisso!
- Não sei. Mas pelo menos, vai ter mais respeito pela autoridade. Agradecia que lhe dissesse e dar-lhe um conselho para pedir perdão à minha mãe, e também a mim que estou bastante ofendido dele.
- Sim senhor, vejo que tu és bom rapaz, nós vamos tratar do teu caso.
- Se não incomodasse muito, gostava de falar com o meu pai.
- Sim podes falar um pouco, aguarda que eu vou ver a reação dele.
- Então senhor, já dormiste tudo? Vocês quando estão a começar a beber nunca pensam no resultado que o vinho pode dar, na alteração á vossa cabeça, não é verdade!!
- Mas o que fiz eu senhor guarda?
- Mas o senhor não se lembra, do mau comportamento que teve com a sua esposa, ela está numa cama bastante dorida, dos maus tratos que lhe fez.
Vamos lá ver se a sua esposa o quer em casa: no lugar dela, não punhas lá os pés sem te mostrares arrependido, e também lhe pedires perdão.
 – Tem rezão senhor guarda, a‘nha cabeça na’tem andade boa, se isse foi assim com vossemecê diz, eu tom desgraçade. A nha quenhda na’quis fazer partilhas pá via dos mês sogres, nunca derem nada por mim!...Eu som um desgraçade sem juíze, nunca havera de ter nascide! E agora, fui fazer esta desgraça destas… Ai mê rique Senhor dos Passos me valha!
- Olhe amigo, a lei agora é nova e quem faltar ao respeito seja a quem for por causa do vinho, fica proibido de entrar nas tabernas; veja bem a sua vida!
Fim do 28º Episódio

M. Francelina e José Balau.
no-temp-dos-barretes.blogpot.com

Sem comentários:

Enviar um comentário