37 º Episódio.
Nazaré. Velhos Lobos do Mar
- Ouve cá Zé,
trouxeste boas notícias?
- Boas são elas… mas na´sei o que fazer à Tia… Mas v’anha aqui dentro, você pode óvir!
-‘Tá bem meu amor, anda lá qu’eu tabem quere óvir.
- Boas são elas… mas na´sei o que fazer à Tia… Mas v’anha aqui dentro, você pode óvir!
-‘Tá bem meu amor, anda lá qu’eu tabem quere óvir.
( entretanto a mãe do Zé chama-o) Zé à Zé ‘tás
aí… Vem aqui ó pé de mim contar à mãe, o q’ria o senhor Armande!
- Já aqui
estou… À mãe, a notícia não podia ser melhor!
- Ai diz qu’eu
‘tou ansiosa… Até parece c’as dores se forem i’mbora!
- Olhe mãe,
o senhor Armando, chamou-me à parte e conversou comigo sobre o futuro da minha
vida… Perguntou-me se eu queria deixar o mar, porque ele podia arranjar-me
trabalho em terra. Veja lá você até me disse, que eu podia trabalhar na
farmácia dele!... Eu fiquei sem saber o que dizer!
- À filhe,
mas isse é muite bom… já viste era menes uma ânsia que tu tinhas e eu tabem!
- Eu ‘tou muite
contente. Olha, nem toda gente tem ‘ma oferta destas, é o qu’eu te digue!
- À mãe, mas
eu gosto muito do mar, já andava a pensar em ir ao bacalhau!
- Olha
filhe, tu é que sabes, mas tabem na’penses que no bacalhau na’se passa muites
termentes!
- Eu sei.
Olhe, amanhã vou dar uma resposta. Como a mãe já está tratada, eu vou agora ao
posto saber do pai… embora que ele nos maltratasse já começo a ter pena dele!
- Vê lá se
le dás ‘ma lição… Mas fala prime’re ca’Guarda! Na´fales muite alte filhe!
( O Zé saiu de casa e a Maria perguntou) Mas ouve cá mana, o tê’filhe alguma
vez te tinha falade no bacalhau?
- Já. Tinha-me dite que se na’h’ovesse nada em terra, tinha que ir ó bacalhau. Eu até le cantei aquela cantiga: - Tu julgas co’ bacalhau é passear no par’dão!...É passar muites termentes, e uma linha em cada mão.
- Já. Tinha-me dite que se na’h’ovesse nada em terra, tinha que ir ó bacalhau. Eu até le cantei aquela cantiga: - Tu julgas co’ bacalhau é passear no par’dão!...É passar muites termentes, e uma linha em cada mão.
- E é mesme
à Vergina… S’ele na’ agarrar este o’frecimente c’as duas mãos é burre… Q’antes
manientezinhes sem impertança, augavam per’ um empreguezinhe destes, e ele
ainda ‘tá em dúv’eda se há-de ir ó bacalhau!
( entretanto
o Zé chegou ao posto da Guarda Republicana )
Fim do 37º
Episódio
M.
Francelina e J. Balau.
no-temp-dos-barretes.blogpot.com
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