33º
Episódio
(
Virgolino ao chegar à sua porta)
- Vegina, à Vegina…qué’iste da porta
na’s’abre!... querem ver que me fecharem a porta, esta agora… à Zé, Zé vem
abrir a porta ó Pai!...Tá tude mouque nesta casa… Vocês na’tão óvir chamar! Ò
abrem a porta, ò eu arrombe cum’pontapé! Essa agora na’me querem abrir a porta,
passei tantas voltas de mar pa’ganhar p’ra ela!
(Virgínia
e seu filho ouviram o Virgolino sem lhe dar resposta)
- À filhe na’ le dês crete, dêxó ‘tar até s’aborrecer… As irmãs que o aturem, eu tom farta, bem basta o mê’sofrimente em quele me dê’xou!
- À filhe na’ le dês crete, dêxó ‘tar até s’aborrecer… As irmãs que o aturem, eu tom farta, bem basta o mê’sofrimente em quele me dê’xou!
(Virgolino
descontrolado, continuava a pontapear a porta sem a conseguir abrir. As
vizinhas já tinham presenciado a triste cena e agressiva do vizinho, mas
ninguém se atrevia abrir a boca; sujeitas
ainda a serem ofendidas.
Mas, alguém subia a rua, era o Alberto; este ao chegar junto do Virgolino presenciou a sua atitude)
Mas, alguém subia a rua, era o Alberto; este ao chegar junto do Virgolino presenciou a sua atitude)
- ‘Tás tu a fazer Homem, na’consegues
abrir a porta… Assim ós pontapés ‘inda a partes. Na’ faças isse ganha juíze contigue!
- Mas na’face isse o quê… Tabém já mandas
em mim Alberte!... Aquela cabra que ‘tá lá dentre, fechou-me a porta à chave, na
sê’ porquê!
(
Virgolino continua a mal tratar a porta, sem ter nenhuma resposta nem do filho
nem da esposa)
- Vocês que ‘tão aí dentre tão óvir, têm a ver-se comigue, até o Zé queu goste tante dele, na’tem coração… Tantas vezes andei com ele às costas; passei tantas voltas de mar pa’criá-le, secalhar nem é mê filhe verdadeire! Deves ser d’olgum paleque de fora!
- Vocês que ‘tão aí dentre tão óvir, têm a ver-se comigue, até o Zé queu goste tante dele, na’tem coração… Tantas vezes andei com ele às costas; passei tantas voltas de mar pa’criá-le, secalhar nem é mê filhe verdadeire! Deves ser d’olgum paleque de fora!
-
(Alberte estava revoltado ao ouvir tanto disparate)
- À Virgueline cala-te só dizes disparates, tem vergonha contigue já tá a rua cheia de gente óvir-te!
- À Virgueline cala-te só dizes disparates, tem vergonha contigue já tá a rua cheia de gente óvir-te!
- Cala-te Alberte, na’te metas óviste,
olha que também levas!
-
A vizinhança começou a ficar revoltada, com a atitude do vizinho. Junto do
Virgolino jutaram-se meia dúzia de mulheres, onde tentaram acalmá-lo mas sem
êxito.
Uma
assistente mais revoltada disse-lhe: - Se tu fosses mê’homem já tinha bazade uma bacia d’auga pa’cabeça
abaixe… Seu bêbade relachade, ainda hoje deu ‘ma carga de pancada à melher, e
vem pa’porta fazer uns enchentes destes!... Ai, vem aí a guarda, olguém foi
avisá-le!
Fim do 33º Episódio
M. Francelina e José Balau
no-temp-dos barretes.blogpot.com
M. Francelina e José Balau
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