30º
Episódio – Nazaré. Velhos Lobos do Mar
Não
te esqueças de mandar cá o teu sobrinho, preciso de falar com ele.
-
Sim senhora. Olhe Deus lhe dê tanta saúde como eu desejo pa’nha famil’a.Teja
descansade eu vou dar o seu recade.
- Maria ficou muito feliz, pois percebeu logo
que o senhor Armando queria ajudar o seu sobrinho em alguma coisa. Rapidamente
a Maria chegou a casa com o tratamento e também levava consigo uma boa notícia.
(pouco depois)
- Já qui’tou à Vegina. Trague
os remedes co’senhor Armande m’aviou, ele na’quis denher ninhum… ‘Tás óvir
Vegina!
-
‘Tou óvir tô melher, eu na’posse falar alte, tanhe dores acamadas nas costas.
-
Olha, eu vou já esfregate com alcal quele me deu… na´tans aí panes de lã, ele
disse pa’te cobrir depois de te esfregar.
-
Ai senhor… Onde é que’u tanhe isse agora Maria, nem me posse mexer!
-
À melher diz-me mais ó menes qu’eu procure, a casa na’é assim tão grande!
- Olha vai ali aquele móvel deve lá ‘tar ma’camisola já velhilha de lã, podes resgá-la ós becades; primêre ‘tá a nha saúde que se liche a roupa!
- Olha vai ali aquele móvel deve lá ‘tar ma’camisola já velhilha de lã, podes resgá-la ós becades; primêre ‘tá a nha saúde que se liche a roupa!
- ( Pouco depois) Prontes já dei com ela. Há
sempre uma sol’ção p’ra tude, ‘tás a ver!... Vê lá se é esta?
-
É essa mesme, podes resgá-la!
- Entretanto o Zé entra
em casa apoquentado e dirige-se ao quarto de sua mãe com uma notícia e diz-lhe)
- Já ‘taí tia… Olhe mãe, o pai fui dar com ele na taberna, a discutir ca’ Ti’Ana, quer à força ca’melher lhe venda vinhe, eu já ‘tive a ralhar com ele, parece que perdeu o juízo… Na’dá crete a ninguém!
- Já ‘taí tia… Olhe mãe, o pai fui dar com ele na taberna, a discutir ca’ Ti’Ana, quer à força ca’melher lhe venda vinhe, eu já ‘tive a ralhar com ele, parece que perdeu o juízo… Na’dá crete a ninguém!
-
Esse ordinare tem que levar ‘ma grande lição, nunca mais vou esquecer o quele
fez ó mê corpinhe!
À
sobrinhe dêxa lá… iste quem torte nasce, tarde ou nunca sim’dirêta!
Olha ‘tão aqui duas piulas pa’dares à tu’mãe, uma à noite e outra de manhã p’alviar as dores. Eu já lhe esfreguei as costas e as pernas, amanhã vanhe o’tra vez fazer o mesme…
Olha ‘tão aqui duas piulas pa’dares à tu’mãe, uma à noite e outra de manhã p’alviar as dores. Eu já lhe esfreguei as costas e as pernas, amanhã vanhe o’tra vez fazer o mesme…
-
Ouve cá Maria na’sabes p’ra que quer o senhor Armande falar co’mê Zé?
-
Na’ sê à mana. Mas seja lá o que for deve ser bom… Talvez lhe queira arranjar
ólgum trabalhe, sempre é melhor que andar ó mar!... Esta gente fina têm muites
conhecimentes…. Olha quem me diz a mim, qué pa’ficar a trabalhar na botica dele…
Eu ‘tou p’raqui a falar à sorte… seja o que Deus quiser há-de ser bom!
Fim
do 30º Episódio
M. Fracelina e José Balau
no-temp-dos-barretes.blogpot.com
M. Fracelina e José Balau
no-temp-dos-barretes.blogpot.com
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