Episódio
N º 29
Olha,
na’deseje mal a ninguém; mas depois de ver a tu’mãe neste estade, na’me dê’xava
pena nenhuma quele desaparecesse! Ai Senhor, perdoai-me que’u na’goste nada
dezer estas coisas!
-
Olha à Vegina eu vou à botica do senhor Armande, pa’ver s’ele me recêta olguma
coisa pa’t’ajudar alviar as dores. Na’me demore.
( e lá foi a Maria) – Quando chegou à Farmácia o senhor Armando, ele perguntou o que se passava.
( e lá foi a Maria) – Quando chegou à Farmácia o senhor Armando, ele perguntou o que se passava.
-
Olhe à mê’rique senhor Armandinhe, a besta do mê chade deu ‘ma carga de perrada
à nha Vegina pá via dela, le dezer meia dúzia de verdades, dêxô-a toda negra, e
‘tá chêa de dores nas costas; nim sê s’ela tará alguma questela partida… nem
pode respirar comá gente!
-
Olha miga: Se a tua irmã tiver juízo, no futuro tem que pensar bem na sua vida;
eu conheço muito bem o ordinário do teu cunhado… Toda gente sabe que a tua irmã
é que o sustenta. Eu já te vou dar alguma coisa para tratares da Infeliz…Olha
lá, mudando agora de assunto, o teu sobrinho chegou a fazer a 4ª classe?
-
Fez sim senhora… Tabém é o que vale a ela, é um rique menine bem criade; ele é
que foi pedir socorre pá sua mãe!
-
O rapaz já fez 16 anos?
-
Ainda não, mas se na’me engane vai faze-los po’ mês que vem.
-
Olha, faz-me o favor, diz ao teu sobrinho que passe aqui pela farmácia assim
que ele poder… Eu conheço o moço, parece de ser um rapaz bem educado!
-
À senhor Armandinhe, aquile é fina flor.
Olhe, ‘inda lhe digue mais, foi a sorte do pai , a nha irmã criá-lo com tante respête, senão ele fazia ò malandre do
pai, o mesme que ele fez à mãe!
-
Bem. Deixa lá agora isso. Vai lá socorrer a tua irmã; levas aqui esta garrafa
de álcool canforado, e esfrega-la bem até ficar quentinha, conforme vais
esfregando vais a embrulhando em trapos de lã quentes. Levas também estas duas
pílulas para as dores, dá-lhe uma de manhã e outra à noite, com uma bebida bem
quente.
Vai lá com Deus e as melhoras.
Vai lá com Deus e as melhoras.
-
Obrigadinha à senhor Armande. C’ante le
deve?
-
Vai-te lá embora mulher. Para mim o melhor pagamento, era vocês correrem com
esse malandro do teu cunhado; ele que vá para a família , não tem amor por
ninguém. Eu gosto muito de vocês; Nunca me esquece a tua mãe, trabalhava para a
minha, quando nós éramos rapazes, e foi ela que nos criou com muita estima; era
gente de vergonha e de trabalho.
Não te esqueças de mandar cá o rapaz, preciso de falar com ele.
Não te esqueças de mandar cá o rapaz, preciso de falar com ele.
Fim
do 29 Episódio
M.
Francelina e José Balau.
no-temp-dos-barretes.blogpot.com
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