13º
Episódio
- E eram. Até me lembrei à bocade…Deus queira ca’nha irmã, nem sonhe que tu mataste tante peixe, ó’canão ‘inda hoje vem disfarçada, me bater à porta!
- E eram. Até me lembrei à bocade…Deus queira ca’nha irmã, nem sonhe que tu mataste tante peixe, ó’canão ‘inda hoje vem disfarçada, me bater à porta!
-
Co´mé ela vai saber?
-
Agora cô’me ela vai saber!... Basta as lavadê’ras darem ca’ liuga nos dentes;
sabes que’na’tem havide nada de pescaria, e depois sabe-se logue tude!
-
Mas olha… tabém te digue: So mê’suor vai p’ra casa da tu’irmã, e eu a passar
noites em bran’que, pa’na’te faltar nada, e o calão de homem deitad’e no
quentinhe; na’ é só isse, e tu a largares o denher pr’a casa dele… iste desfaz
o mê coração!... eu acabe com iste tude, mas é duma vez por todas; Se ela te
pedir denher vás dezer, que t’ans muita pena, mas eu na’sô pai do homem dela!
-
T’ans muita r’ezão!!! – Sabes o qué’queu te digue Tonhe, séla falar da
pescaria, olha vá’s d’ezer que fo’tes comigue vender o pêxe e ficates co’denher
tode e prontes!
-
Maria, tans coragem pa’falares assim… Se fores capaz, és ‘ma grande melher!
Assim é que é!
-
Podes ter a certeza que o fac’e Tonhe! Atão, eu fique sozinha noites intê’ras a
pedir à Virgem Mãe, que te guarde chê de mede, e eles na’querem saber de nada!
-
Olha cá, se o Alberte na’tem ide também
pa’quela bandas c’umé qu’eu trózia sòzinhe os rebales!
-
Àh!!! – Abri’tes agora os olhes… já é tarde, mas talvez ainda vás a tempe!
-
Vom a tempe vom. Eu nunca pensei que iste ia acontecer… enquant’e eu ‘tom aqui sozinha
chê de fezes, e tu per’lá arrastade,‘tão eles no bem bom!... Já fui parva
muitas vezes já, agora acabou!!
- Maria estava agora mais
consciente do abuso da sua irmã. Na próxima vez tinha que ser mais rigorosa,
nos pedidos de ajuda. O António, já andava revoltado algum tempo com a
pedincha.
No dia seguinte. O Alberto amigo de António saiu de casa bem cedo. Como de costume, dirigiu-se à taberna habitual, para tomar uma bebida. (mata bicho)
No dia seguinte. O Alberto amigo de António saiu de casa bem cedo. Como de costume, dirigiu-se à taberna habitual, para tomar uma bebida. (mata bicho)
- Bom dia T’Ana.
-
Na ‘tá qui mais ninguém Alberte?
-
É Virgueline ‘tás ai… na’reparava, também ‘tás sempre encostade ò cante do
barril… é pa’guarderes o vinhe, ele na’foge homem!
-
Tu já sabes co’mê l’egar é sempre aqui Alberte!
-
Um!…’Tás mas é escondide da tu´melher, ela vai aí p’ra baixe se’calhar anda à
tu’ procura!
-
Na me chatês logue de manhã à Alberte… Ouve
cá, na’me pagas o mata biche!
-
Já me ‘tava admirar… é o que queres é aguardente... bebe bebe, qu’olquer dia é
de cá’chão à cova!...Ouve cá, óvi dezer que já na’andas co’Toni á pescada?!
-
Na’ande não… na’via denher nenhum… Agora com este má tempe índa é pior. Eu já
saí da empresa a semana passada à Alberte!
-
Na’foi isse que me contaram… òvi dezer, co’chamador foi à tu’porta chamar duas
vezes, e tu na’aparcêtes… E também já
sei que perdeste um denhêrezinhe avantajade, que te ia fazer muite gê’te pa’estes
dias! Já me constou, que cada camarada levou p’ra casa mais de quarenta
mérreis!
-
Mas ouve cá Alberte tu q’rias que’u fosse ó mar, cuma dor de cabeça e ma’pontada
no pête… Essa agora ‘atão não… Ele tem muites camaradas na’ fac’e falta. Primêre
‘tá a saúde do mê corpe Alberte!
Fim
do 13º Episódio
M. Francelina e J. Balau.
M. Francelina e J. Balau.
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