- Pouco depois a Maria perguntou ao seu marido -
- Mas ouve cá Tonhe, quem vai me comprar estes r’ebales?
- Na’sei Maria, mas olha, na convém nada que te vej’em com o peixe, ó’viste!
- Pouco depois, Maria entra em casa vindo da padaria -
- ‘Tá’qui o pão à Tonhe, ainda vem quentinhe…Olha à catane… tu na´vites a á’uga a ferver na cafeteira, já ia apagando o lume!
- À Maria, eu ainda na’tou em mim, por causa da pescaria…’Tou só aqui a pinsar qu’é mentira!
- É verdade, já t’ans apanhade r’ebales mas deste tamanhe nunca vi. Iste vai ficar na história!
Vá, vanhem lá beber o café pa’na’arrefecer.
António chegou-se à mesa e disse:
-
À Alberte, chega-te à mesa pa’beberes o café, faz de conta que´tás em tu’casa!
- Entretanto Maria também não
lhe fugia o pensamento do peixe, e perguntou ao seu marido-
- Ouve cá Tonhe, onde vou eu vender o peixe?
- Sei lá Maria… Olha, tem que ser alguém que dê valor ó r’ebales; e a pessoas que paguem com d’inher à mão!
- Ouve cá Tonhe, onde vou eu vender o peixe?
- Sei lá Maria… Olha, tem que ser alguém que dê valor ó r’ebales; e a pessoas que paguem com d’inher à mão!
- Pouco depois. Maria
percorreu alguns armazéns para falar com os proprietários; e tanto procurou que
encontrou alguém interessado.
Depois de mostrar o peixe em sua casa, o negociante deu o seu palpite.
- Olhe minha senhora, realmente os robalos são lindos e têm bom aspeto, eu vou oferecer-lhe trezentos escudos por todos.
Depois de mostrar o peixe em sua casa, o negociante deu o seu palpite.
- Olhe minha senhora, realmente os robalos são lindos e têm bom aspeto, eu vou oferecer-lhe trezentos escudos por todos.
- Maria ficou indecisa - Só isse mê’senhor…
Que dizes tu Tonhe!?
- À Maria, tu é que sabes…Olha, vende lá o peixe ó homem!
- À Maria, tu é que sabes…Olha, vende lá o peixe ó homem!
-
Então negócio fechado, vou avisar as minhas lavadeiras para vir buscar o peixe.
Vamos agora a contas. - O negociante, puxou por uma grande carteira e disse:
- Aqui tem o dinheiro, fica já pago. Então até já.
-
Ò tempes queu na’via tante d’enher.
Queres ó´vir Tonhe, eu ontem à noite, até rezei c’uma velinha acesa em frente da a’lmagem em cima da mezinha, que temes no quarte; só agora é que me lembrei!... À tonhe, iste foi um milagre de Nossa Senhora!
- Talvez, a gente temes acreditar, os mês pais também eram crentes!
- E eram. Até me lembrei à bocade…Deus queira ca’nha irmã nem sonhe que tu mataste tante peixe, ó’canão ‘inda hoje vem me bater à porta!
Queres ó´vir Tonhe, eu ontem à noite, até rezei c’uma velinha acesa em frente da a’lmagem em cima da mezinha, que temes no quarte; só agora é que me lembrei!... À tonhe, iste foi um milagre de Nossa Senhora!
- Talvez, a gente temes acreditar, os mês pais também eram crentes!
- E eram. Até me lembrei à bocade…Deus queira ca’nha irmã nem sonhe que tu mataste tante peixe, ó’canão ‘inda hoje vem me bater à porta!
-
Co´mé ela vai saber?
Fim
do 12º Episódio
M. Francelina e J. Balau
M. Francelina e J. Balau
Sem comentários:
Enviar um comentário