sábado, 15 de outubro de 2016

4ª Episódio - Nazaré, Velhos Lobos do Mar



José Balau

4º Episódio - Nazaré , Velhos Lobos do Mar 

O mal de inveja, é uma coisa muito ruim e se calhar algum invejoso, deitou mau olhado a esta linda pescada, pr isso o seu rico homem estava assim esquisite.
Uma pescada tão linda era motivo de alegria e não de tristeza.
O mê Tonho, é um grande pescador e muito amigo do seu amigo, mas tinha que haver alguma coisa p'ro seu procedimento.
Bem. Agora o que interessa é vender o peixe.resolvi então ir a casa do senhor Abílio Santops, que era um homem muito rico, e tinha sempre visitas em sua casa.
Chamei e a criada veio à porta.
À rica amiguinha 'taí a sua patroa?... É q'ueu tanhe aqui, olhe esta lindeza q'uinda ninguém lhe prantou a vista em riba, senão o mê'homem e eu, e jure p'as alminhas que foi só o q'uele troxe, tem havide pouco peixe; iste foi um milagre! - e adiantou-
O mê homem disse, pa'eu na'vender per menes de 60 mêrreis.
- A minha patrôa deve querer... mas você está a pedir dinheiro de um barco de peixe!
- Entretanto os cães não se calaram enquanto a criada foi mostrar o peixe à patrôa. Ao voltar disse: - Olhe Ti'Maria a minha patrôa ficou toda contente, porque ela vai ter visitas amanhã, e não havia peixe em condições hoje no mercado, mas como eu lhe disse ela achou muito caro!
- Olhe amor, o mê homem nunca pescou coisa mais linda na vida dele. iste foi um milagre!
- maria, depois de receber o dinheiro da venda, passou pela porta da loja do senhor Zé Paiva, que ainda tinha a luz acesa com a porta encostada. estava ele a moer café e perguntou-lhe: Ainda pode aviar alguma coisa Ti Zé?
- o que é que queres?
- Eu, q'ria uma quarta de café, meio kilo de assúcre e quarta e meia de bacalhau pa'fazer 'mas sopinhas.
- E trazes dinheiro para isso tudo?
- Trague sim senhor. Fui ali vender uns pexinhes co mê homem trôxe. tanhe aqui 5 mérreis.
- Olha se trouxeste os aqui para me venderes!
- Tem razão, mas pensei que vomecê na'quizesse!... Era só uns paxôezinhes o q'eu pedi, foi quante a senhora me deu.
- Ò não, não havia de dar... não tem havido peixe nenhum!
Caíu-lhe do céu aos trambolhôes! Bem vamos à nossa conta, é tudo 4 mil e trezentos.
Fim do 4 º Episódio
Maria Francelina e José Balau.
no-temp-dos-barretes.blogspot.com de jose Balau.

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