35º Episódio
Ana – Obrigada e eu nem conte à ‘nha
filha, s’ela só’ber traça-me a vida.
Obrigadinhe mais uma vez à Ti’A’guste, o Senhor lhe dê
uma boa sorte tabém!
( A Ana não esperava por esta novidade.
Ainda bem que alguém tinha presenciado, a cena da areia no peixe. Agora a Ana
tinha que ter muito cuidado com a língua e muita paciência, não fosse a
Carolina (inocente) dizer algumas palavras desagradáveis a sua colega.
Entretanto em casa de Maria, enquanto ela
fazia limpeza à casa pensava na ideia do seu pai, pouco depois alguém entrou)
Augusto – ‘Tás aí Maria?
Maria – ‘Tou sim mê’pai. ‘Atão chegou a falar com alguém por causa
da lancha?
Augusto – À Maria, eu na’sabia que o Artur, o homem da ‘nha prima
‘tava doente!
Maria – À ‘tá… Olhe na’sabia, o que tem ele mê’pai?
Augusto – O que tem na’sei, mas d’esseram-me qu’é bastante grave!
Augusto – O que tem na’sei, mas d’esseram-me qu’é bastante grave!
Maria – Quem foi que lhe disse!
Augusto – Foi assim, perguntei ao irmão dele se sabia de alguém
que quizesse vender uma lancha e o rapaz vai logue assim p’ra mim: - Olhe o
mê’irmão quer vender a dele, ele ‘tá muite doente. E foi assim mas ‘tou a
pensar ir amanhã a casa dele para saber se é verdade. Olha a lancha do homem
tem pouco mais de um ano, é quase nova!
Maria – Se é assim aproveite, e pergunte pelas melhoras dele e
fale da lancha ò mesme tempe.
( No dia seguinte o Augusto dirigiu-se a
casa do Artur para saber se era verdade vender a embarcação. Depois de um longo
diálogo o negócio estava concluído, para satisfação de ambas as partes. Agora
era conseguir o dinheiro e tratar da documentação na Capitania. O Augusto
sentia-se feliz, chegou a casa e disse para a sua filha)
Augusto – Maria já comprei a lancha ao Artur, agora vou tratar dos
documentos, ‘tou muite contente!
Maria – Oiça cá mê’pai, vossemecê tem que dar já o denher tode?
Augusto – Pois tanhe, o homem fez-me um desconte, ele ‘tá precisar
por causa da doença; ao mesme tempe até fiquei com pena dele… Já viste, um
pescador que’na ficava atrás de ninguém fosse onde fosse!… Agora vê-lo ali
estendido na cama sem poder fazer nada… O que nós somes na vida à Maria!
Maria – Pois é, se a gente pensasse muitas vezes nesta luta do dia a dia…
Augusto – Na’saía de casa, mas parar é morrer!
Maria – Pois é, se a gente pensasse muitas vezes nesta luta do dia a dia…
Augusto – Na’saía de casa, mas parar é morrer!
Maria – Oiça cá pai, mudande agora d’assunte, vossemecê tem já o
d’enher tode?
Augusto – Tode não, mas ‘tou a pensar falar com o Manel pode ser
que ele consiga um empréstime na Casa dos Pescadores:
Maria – Olhe, boa ideia, s’ele conseguir isse era muite bom!
Fim do 35º Episódio
J. Balau.
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