27º Episódio - O filho do Pescador
Rosa – Mas oiça cá mãe, você
foi capaz duma coisa destas… Já viu a responsabilidade que o Manuel tem! Eu
nunca ia pensar que você fosse meter num caso destes; eu conheço bem o Manuel…
ele era incapaz de fazer uma asneira destas!
Ana – À filha eu ‘tou a ver,
que ouve aqui um mau entendido… é verdade qu’eu ‘tive a conversar com ma’pessoa,
que tinha corrido o boato que o Man’el tinha dit’e a um pescador, que na’havia
d’enher para pagar as vendas da semana, foi só iste!
Manuel – Isso até foi
verdade, como acontece algumas vezes, os compradores atrasam - se nos pagamentos
e temos que aguardar até ao dia seguinte que haja condições, para efetuarmos a
liquidação do pescado, percebe agora! Mas o que está aqui em causa, é a sua
conversa que esticou tanto que arranjaram logo um boato, chegando ao chefe da
secretaria rapidamente; eu já fui à presença dele para explicar o que tinha
acontecido…Está a ver o que vossemecê me arranjou Ti’Ana. Isto não se faz!
Ana – Valha-me Deus, ouve cá
Manel e o que disse o teu chefe!
Manuel - Isso já está
arrumado, depois de eu lhe explicar ele compreendeu logo a situação!
Rosa – Á Manel, desculpa filhe, tu tens razão, a gente às vezes na’sabe o que diz pa’boca fora!
Rosa – Á Manel, desculpa filhe, tu tens razão, a gente às vezes na’sabe o que diz pa’boca fora!
Rosa – Eu não esperava duma
coisa destas mãe!
Manuel – Pois é Ti’Ana,
desculpe o que lhe diga, vossemecê nunca mais fale em coisas que não tem a
certeza; e ainda lhe digo mais, mesmo que este caso fosse verdade, nunca devia
dar ouvidos a boatos; são casos de responsabilidade; estava em causa alem o meu
futuro e o da sua filha percebeu agora… Espero que isto lhe sirva de emenda!
Rosa – Ouviu bem mãe, nunca
dê creto às bocas deste mundo… Faça a sua vida e chega-lhe bem, vossemecê já
devia ter juízo!
Ana – À Manel, perdoa-me
qu’eu nunca mais me mete em coisas da vida dos outres!
( O Manuel saiu de casa bastante enervado, se não
gostasse tanto da Rosa tinha acabado com o namoro, mas a namorada não podia ser
vítima das asneiras de sua mãe. Sai)
Rosa – À mãe mãe… você com
essas coscuvilhices ainda há-de prejudicar a minha vida… Eu acredito no Manuel
é um rapaz sério!
Ana – À filha mas eu fui
enganada… Mas espera aí ma’coisa, a Carolina tem um filhe da tua idade
na’tem!... É isse mesme!
Rosa – Mas o que tem ela a
ver com o caso do Manuel! Mas quem é essa Carolina?
Ana – É a Carolina dos beçes
grosses, mora ali ó p’e da fonte! Olha ela costuma ir vender peixe comigue ó
mesme casal… Um dia destes pelo caminhe ela vai assim p’ra mim! Quande se casa
a tu’filha Ana? E eu respondi, eu sei lá a nha filha ‘inda é muite nova, nem tem
ainda o enxoval tode… sabes o quela me disse!
Rosa – Eu sei lá mãe, mas já
estou a pensar que não deve ser coisa boa!
Fim do 27º Episódio
J. Balau.
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