26º Episódio
Ana - Pois, mas é disse é
qu’eu t’anhe medo, daqui à manhã, as raparigas nã’ vão faltar andar atrás dele!
Rosa – Olhe mãe sabe uma
coisa, o melhor é acabar com esta conversa… Eu vou à loja comprar café e
açúcar! (Sai)
Ana – ( fala para si) - Ai Rosa,
tu andas muito convencida co’Manel gosta muito de ti… mas o meu coração na’me
diz isse, na’ podes levar a mal!... A ‘nha filha pensa, quande ele se apanhar
com d’enher vai continuar a ter as mesmas ideias; vai mas é procurar ma’ melher
que t’anha tabém muito de seu! Eu sempre ‘tou pa’ver, se ele o’lgum dia vier
aqui com falinhas mansas pa’namorar ca’nha filha, e se mais tarde fizer pouco
da Rosa, a travessa qu’eu tanhe na cabeça, na’vai ter sossego na cara dele… ele
ainda na’me conhece bem! Deixa-me ir até lá baixe espar’cer as ‘nhas idé’as!
( Entretanto o Manuel encontrou a Rosa e dialogaram sobre um caso com
certa gravidade; entraram em casa com a
ausência de Ana)
Manuel - Pois é Rosa, o que eu te digo é a verdade e é muito importante para o nosso futuro!
Manuel - Pois é Rosa, o que eu te digo é a verdade e é muito importante para o nosso futuro!
Rosa – Estás-me assustar com
esta conversa, será que a minha mãe fez algum disparate!
Manuel – Ouve bem o que eu te
digo, se não fosse a olhar a , eu ia apresentar queixa à Guarda!
Rosa – Ainda bem, que a minha
mãe não está em casa para falar-mos mais á vontade… Mas o caso é assim tão
grave Manel?
Olha, fecharam agora a porta
deve ser ela. É você mãe?
Ana – Sou sim filha. Olha,
que fazes aqui na ‘nha casa Manel?
Manuel –Desculpe lá, mas a
Rosa autorizou a minha presença na sua casa, porque quero falar num assunto
muito sério consigo!
Ana – Assunto sério, mas o
que aconteceu… ultimamente até nos temos dade bem!
Manuel – Pois está bem, mas
às vezes há palavras que se dizem que correm mal… Oiça cáTi’Ana, seja franca
comigo: foi a senhora que disse a alguém que eu ia ser despedido da lota, por
faltar dinheiro dos pagamentos do pescado… Quero aqui já a verdade junto da sua
filha.
Ana - (admirada) Mas quem foi que disse isse… o que esta gente inventa à
melheres…Iste é alguém que me quere pôr mal contigue!...Já virem iste, eu que
me farte de dizer bem de ti em tode lade á Mane’l! Na’é por seres amigue da’nha
filha, mas digue bem de ti em toda a parte!
Manuel – Oiça bem o eu lhe
digo Ti’Ana, vossemecê não conversou com ninguém sobre a minha profissão, onde
foi falado que eu tinha dado um desfalque na tesouraria; veja lá se lembra com
quem falou porque isto é muito grave!
Rosa – Mas oiça cá mãe, você
foi capaz duma coisa destas… Já viu a responsabilidade que o Manuel tem! Eu
nunca ia pensar que você fosse meter num caso destes; eu conheço bem o Manuel…
ele era incapaz de fazer uma asneira destas!
Fim 26º Episódio
J. Balau.
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