sábado, 21 de novembro de 2015

26º Episódio - O Filho do Pescador

26º Episódio

Ana - Pois, mas é disse é qu’eu t’anhe medo, daqui à manhã, as raparigas nã’ vão faltar andar atrás dele!
Rosa – Olhe mãe sabe uma coisa, o melhor é acabar com esta conversa… Eu vou à loja comprar café e açúcar! (Sai)
Ana – ( fala  para si) - Ai Rosa, tu andas muito convencida co’Manel gosta muito de ti… mas o meu coração na’me diz isse, na’ podes levar a mal!... A ‘nha filha pensa, quande ele se apanhar com d’enher vai continuar a ter as mesmas ideias; vai mas é procurar ma’ melher que t’anha tabém muito de seu! Eu sempre ‘tou pa’ver, se ele o’lgum dia vier aqui com falinhas mansas pa’namorar ca’nha filha, e se mais tarde fizer pouco da Rosa, a travessa qu’eu tanhe na cabeça, na’vai ter sossego na cara dele… ele ainda na’me conhece bem! Deixa-me ir até lá baixe espar’cer as ‘nhas idé’as!
( Entretanto o Manuel encontrou a Rosa e dialogaram sobre um caso com certa gravidade;  entraram em casa com a ausência de Ana)
Manuel - Pois é Rosa, o que eu te digo é a verdade e é muito importante para o nosso futuro!
Rosa – Estás-me assustar com esta conversa, será que a minha mãe fez algum disparate!
Manuel – Ouve bem o que eu te digo, se não fosse a olhar a , eu ia apresentar queixa à Guarda!
Rosa – Ainda bem, que a minha mãe não está em casa para falar-mos mais á vontade… Mas o caso é assim tão grave Manel?
Olha, fecharam agora a porta deve ser ela. É você mãe?
Ana – Sou sim filha. Olha, que fazes aqui na ‘nha casa Manel?
Manuel –Desculpe lá, mas a Rosa autorizou a minha presença na sua casa, porque quero falar num assunto muito sério consigo!
Ana – Assunto sério, mas o que aconteceu… ultimamente até nos temos dade bem!
Manuel – Pois está bem, mas às vezes há palavras que se dizem que correm mal… Oiça cáTi’Ana, seja franca comigo: foi a senhora que disse a alguém que eu ia ser despedido da lota, por faltar dinheiro dos pagamentos do pescado… Quero aqui já a verdade junto da sua filha.
Ana - (admirada) Mas quem foi que disse isse… o que esta gente inventa à melheres…Iste é alguém que me quere pôr mal contigue!...Já virem iste, eu que me farte de dizer bem de ti em tode lade á Mane’l! Na’é por seres amigue da’nha filha, mas digue bem de ti em toda a parte!
Manuel – Oiça bem o eu lhe digo Ti’Ana, vossemecê não conversou com ninguém sobre a minha profissão, onde foi falado que eu tinha dado um desfalque na tesouraria; veja lá se lembra com quem falou porque isto é muito grave!
Rosa – Mas oiça cá mãe, você foi capaz duma coisa destas… Já viu a responsabilidade que o Manuel tem! Eu nunca ia pensar que você fosse meter num caso destes; eu conheço bem o Manuel… ele era incapaz de fazer uma asneira destas!

Fim  26º Episódio
J. Balau.



Sem comentários:

Enviar um comentário