11º Episódio – O Filho do Pescador
Continuação.
Augusto –
Pois é… Na’tejas triste filhe, há mais marés que marinheiros. Olha o pai já
pediua Nossa Senhora, para nos ajudar na pesca e melhorar a nossa vida; A gente
tem muita fé ca’nossa Santa!
Manuel – Tem o pai, mas eu não acredite nessas coisas!
Maria – Cala-te na’digas disparates… as coisas da
Igreja na’são pa’brincadeiras óviste!
Já és um homenzinhe pa’começares a entender as
necessidades da vida; na te esqueças que és filhe d’um pobre pescador mas muito
crente em Deus… óviste bem!
( Entretanto
o resto do dia acabou passando-se normalmente. Já em casa, o Manuel um pouco
desanimado lá se conformou com a decisão de sua irmã. Ao serão a família sentada
na pequena mesa saboreava as cavacas acompanhadas com uma tigela de café.
Voltava assim o ânimo ao rosto do Manuel, acabando por esquecer o desejo da
sanfona; naquele momento o seu desejo era dormir porque o cansaço o dominava.
Algum tempo
depois, chegava o mês de Outubro. As aulas estavam prestes a começar.
No dia da
abertura a rapaziada estava entusiasmada, enquanto alguns alunos nem por isso.
O Manuel com
ar tristonho, dirigiu-se ao professor para lhe dizer que o seu pai não podia
comprar os livros porque era pobre. O professor compreendeu a dificuldade do aluno
e disse-lhe: Fica descansado que vamos ajudar-te no que for possível.
O Manuel
quando voltou para casa disse ao seu pai)
Manuel - Olhe pai, o meu professor deu-me este livre velhe e
os outros piquenes têm livres nov’es!
Augusto – Filhe na’tejas triste por isse, assim que eu ganhar
alguma coisa, vais ter um livr’e novo, agora vai aprendendo com esse… Espera
lá… olha veio agora um ideia á ‘nha cabeça… eu vou pedir algum denher ó
Ti’Abile pa’te comprar as coisas que tu precisas; o pai na’te quer ver triste
por isse! Vames andando devagar, tabém lá vais chegar!
Maria – À pai, na’se esqueça que já é a segunda vez que
pedimes denher ao homem… Ele lá por ser viúvo na pense que é rique!
Fim 11º Episódio
J. Balau.
Sem comentários:
Enviar um comentário