12º Episódio – O Filho do Pescador
Maria – À pai, na’se esqueça que já é a segunda vez, que
pedimes denher ao homem… Ele lá por ser viúvo na pense que é rique!
Augusto – Isse tabém é verdade, se’calhar é melhor não
ires pedir nada!
Augusto – À ‘mê pai, a gente na’tem mais ninguém
conhecide para nos fazer este favor… È verdade que ele tem alguns rendimentes e
sabe muite bem, antes da mulher dele falecer, eu fiz-lhe alguns favores… Este
corpinho muitas vezes em ‘jum, fazia-lhe alguns recados qu’ele precisava, na’me
diga que se esqueceu do mê’trabalho!
Augusto – À filha tu é que sabes, se queres arriscar
vai lá, logue se vê!
- No dia
seguinte, Maria resolveu falar com oTi’ Abílio, na tentativa de conseguir algum
dinheiro. Uma hora depois Maria entrava em casa muito descontente, com a presença
do seu pai -
Maria – (revoltada) Já ‘tô’farta deste mundo até ‘ós olhes…Já devia vir ‘ma volta de mar, q’avia de levar o denher tode onde ele ‘tá!... Mas porque na’morri eu logue à nascença!
Maria – (revoltada) Já ‘tô’farta deste mundo até ‘ós olhes…Já devia vir ‘ma volta de mar, q’avia de levar o denher tode onde ele ‘tá!... Mas porque na’morri eu logue à nascença!
Augusto – Que é isse filha, ralhaste com alguém?
Maria – Não mê’pai, a gente na´tem sorte ninhuma!
Augusto – Mas diz lá ó pai o qu’aconteceu!
Maria – Olhe, foi o Ti’Abile que me pediu desculpa,
mas agora na’me podia emprestar o denher…Ele tem tide muitas despesas este mês.
Augusto – Pode ser qu’eu ‘tava mesme a’devenhar isse…
a gente tabém na’sabe a vida do homem, pode ter olgum problema na vida!
Maria – Sabe ma’coisa, ele na’me convenceu naquile que
me disse… Tabém falou numa campa que mandou fazer pa’sua falecida e que vai-lhe
custar muite denher… Se’calhar é desculpa dele; o que acha vossemeçê
desta resposta!
Augusto – Queres tu queu diga, se’calhar o homem ‘tá
falar verdade e na’deve ser só a campa, tabém pode ter outras despezas… Olha
temes q’aceitar a resposta do homem… Maria, olha p’ra mim, sabes que ele
gostava muite da falecida!
Maria – Eu sei, o Ti’Abile até me disse que empenhou o
relógio de bolso que era de oire… Vossemecê acr’adita pai?
Augusto – ‘Tás a ver acr’adite sim… o homem’tá a
descobrir a sua vida e temes prá´qui a censurá-lo… Olha, esquece isse e
na’deixes agora de falar ó homem… Talvez um dia ele nos possa fazer bem! Tanhe
pena é da criança, de na’ter as coisas da escola como os outras crianças!
Fim do 12º Episódio
J. Balau.
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