terça-feira, 5 de maio de 2015

2º Episódio - A Costureira

2º Episódio  -A Costureira.

Mário – O que é que tem…ele não conhece a minha mãe… não disseste  para dizer a verdade!  (Vou continuar)
Agora o meu pai na’ganha nada, a rede na’trás peixe. Ainda noutro dia, o meu pai deu uma cabeçada a um homem que lhe queria tirar o lance, e a nha mãe tirou o lenço da cabeça e Afogou o homem; a nha mãe é mesmo fiche, mas o meu pai é de ceda… Agora anda tudo mais calmo até ver. Prontes já chega na escrevo mais nada. Já acabei.
Manuel – Deus queira que não apanhes do professor por causa dessa redacção!
(Judite, de vez em quando reparava no diálogo dos irmãos)
Judite  - Mas que conversa é essa que ‘tá pr”aíiiiiiii?
Manuel - Não é nada mana!. São coisas da escola.
Mário – Olha vou continuar a escrever… A ‘nha mãe na pode ver a vizinha, tá sempre a ralhar com ela por causa das caixas do peixe encostadas à parede, só lhe chama bruxa!
Manuel – É pá na escrevas isso, pode a vizinha saber!
(entretanto batem à porta)
Judite- À Manuel,tão a bater à porta vai ver quem é!.    
(O Manuel com mau modo responde),
Manuel - À a à, sou sempre eu abrir a porta…Agora “tou a estudar vai lá tu.
Judite – Vai lá Manel… a mana “tá acabar a camisola d”um freguês.
Manel –Tabem prontes eu vou. ( abre a porta ) Àh !...é você Ti”A”gusta, entre entre p”a drentre!
(Ti”Augusta, entra com um embrulho na abada no avental e dirige-se  à Judite entrecozinha e a sala.
 ( diz)
Judite—Boa tarde Ti”agusta, entre entre!.
(Ti”agusta  dirije-se à costureira e diz) – Boa tarde à miga!
Judite – “Olhe, “tou aqui acabar “ma camisola pa”entregar hoje.
Ti”Augusta – Olha, já vanhe chatiar-te ó”tra vez… o mê rique filhe, o Vítor, acha as xirolhas compridas demais; se pudesses tirar três dedos de altura, agradecia; desculpa de te incomodar.
Judite–“Tá bem, eu posso fazer isse. Ponha aí, amanhã “tão prontas.
(Ti”Augusta mirava as coisas que havia em cima da mesa com uma certa curiosidade) -Tu  és  boa  rapariga,  mereces  ter sorte na vida… Eu na” me canse de falar bem de ti todos dias, tens  tude  quante  é  bom contigo!... Ai ai… era assim uma piquena qu’eu gostava pó”mê filhe!... mas ele na”tem juízo nenhum!.
( Manuel continua a estudar na cozinha, espiando o diálogo.)
Judite – Mas o sê filhe já namora Ti”Augusta?!
Ti”Augusta –(Diz  desinteressada) Pois já… mas na” dou três tostons pa”paquele namoro! ( diz com voz trocista) Namora com “ma piquena  sem  salebre  nenhum… É como peixe sem sal.
Judite – Na” me diga isse!... olhe  eu não ache, conhece-a muito bem, até é uma das melhores freguesas que eu tenhe, e é muito educada!.
( batem à porta,Judite pede ao irmão para ver quem é).
Judite – À Manuel vê lá quem é se faz favor. ( Manel vai abrir contrariado) A visita era a, namorada do João  Filho da Ti”Augusta.
 A jovem Rosa entra e fica admirada, com a presença da futura sogra

Fim do 2º Episódio
J.B.

Sem comentários:

Enviar um comentário