A Jovem
Costureira
1º Episódio
Narração.
Ano 1950. Em pleno mês de Março, a Judite trabalhava na
arte de costura, o seu bom gosto pela arte e a sua alegria, reflectia no seu
rosto com 18 Primaveras. O seu trabalho era já admirado por muita clientela.
Os rapazes mais atrevidos e conquistadores, não perdiam
tempo, todos reparavam nela, uma jovem encantadora. Deixava sempre um sorriso
por quem passava. O seu trabalho, ocupava-a todos os dias da semana, excepto os
Domingos.
Assistia sempre à missa Dominical, e nas tardes
soalheiras, dava um pequeno passeio, com algumas amigas. O pai da Judite (João,
pescador) e sua mãe (Amélia peixeira), ajudava o seu marido na arte da pesca.
O seu irmão (Manuel ) com 12 anos de idade, e o Mário
com 9 estudavam na escola prestes a completar a 4ª e 2ª classes. Esta família
modesta, morava numa rua muito movimentada no centro vila da Nazaré, e algo
aconteceu de estranho.
A história começa com a Judite a costurar na sala. Nos
bastidores um grupo de mulheres discutiam como se fosse uma zaragata.
Judite ao escutar a discussão dirige-se à cozinha, e
vai dizendo pelo caminho.
Judite – Mas o que barulho é este?! (Depois de abrir a
porta) Ai que guerra ali ‘tá…São sempre as mesmas… Esta gente anda sempre com enchentes
à melheres! ( Volta ao trabalho )
Manuel e Mário, seus irmãos chegam a casa vindo da
escola e
Sentam - se à mesa na cozinha, para fazer os trabalhos
de casae dizem boa tarde.
Judite – Boa tarde. Agora comecem já aí a traçar e não
façam os trabalhos da escola. Eu não quero discussões ouviram…Farta de
ouvir barulho já eu ‘tou!
Manuel e Mário,
estão sentados à mesa a fazer os trabalhos da escola
4ª
e 2ª classe respectivamente. (Manuel pergunta ao irmão )
Manuel
– Já começaste a redacção Mário? ( Falar dos nossos pais?
Mário - Ainda não na”sei como começar esta
redacção!.
Manuel
– Se é para falar sobre os nossos pais, é fácil dizemos a verdade!
Mário - É fácil dizes tu! Ainda bem que eles não
estão aqui1
Manuel - Começa assim : - eu tenho dois pais…
Mário - Ouve cá, se é para dizer a verdade, não são
2 são 6!.
Manuel
- Seis! Como são seis!
Mário - Porque a mãe diz, que os nossos avós também são
nossos pais!. Olha isso para mim é muito complicado!
Manuel
– Então fala só da nossa mãe!
Mário
- Ta’bém, é melhor assim vou falar só da nossa mãe!
Manuel
- Olha por causa de ti já atrasei o meu trabalho… Já na” vou a fazer a redação:
as nossas lendas. ( Manel abana a cabeça admirado)
Mário
- Mas tu vais falar das lendias da gente Manel (coça a cabeça) , Ainda ontem a
mãe teve a catar a gente! Olha se a mãe souber disso na”vai gostar nada…A gente
já temos limpos na cabeça!
Manuel
– Mas conversa é essa que tá praí contigo!... Eu disse Lendas, quer dizer
histórias entendeste agora! Bom, eu vou adiantar o meu trabalho!
Ora bem: - Gosto muito de ajudar os velhinhos
e dar esmolas aos pobres que batem à minha porta, mas o meu pai não gosta nada.
Ele diz que ele também é pobre, ele não pode ver a nossa vizinha que é viúva,
está sempre a rogar pragas e mais coisas que não posso dizer aqui… Se o meu pai
soubesse que ela lhe chama bêbado, partia - lhe a cabeça com um bartidor, que
tem sempre atrás da porta…De resto ele é boa pessoa!
(
Diz para o Mário) – Atão já escreveste alguma coisa?
Mário
– Já. Fiz assim: A minha mãe, está sempre embirrar comigo, tenho que ir sempre
aos recados todos; ainda ontem eu não quis ir ó recado à minha tia, e ela
deu-me logo uma latada que até vi estrelas!
Manuel
- Ouve cá pá, tu vais apresentar isso assim ao
professor?!
Mário
– O que é tem…ele não conhece a minha mãe… não disseste para dizer a verdade!
Fim
do 1ºEpisódio
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