domingo, 3 de maio de 2015

1º Episódio -A Costureira




A Jovem Costureira
 1º Episódio                    
 Narração.
Ano 1950. Em pleno mês de Março, a Judite trabalhava na arte de costura, o seu bom gosto pela arte e a sua alegria, reflectia no seu rosto com 18 Primaveras. O seu trabalho era já admirado por muita clientela.
Os rapazes mais atrevidos e conquistadores, não perdiam tempo, todos reparavam nela, uma jovem encantadora. Deixava sempre um sorriso por quem passava. O seu trabalho, ocupava-a todos os dias da semana, excepto os Domingos.
Assistia sempre à missa Dominical, e nas tardes soalheiras, dava um pequeno passeio, com algumas amigas. O pai da Judite (João, pescador) e sua mãe (Amélia peixeira), ajudava o seu marido na arte da pesca.
O seu irmão (Manuel ) com 12 anos de idade, e o Mário com 9 estudavam na escola prestes a completar a 4ª e 2ª classes. Esta família modesta, morava numa rua muito movimentada no centro vila da Nazaré, e algo aconteceu de estranho.
A história começa com a Judite a costurar na sala. Nos bastidores um grupo de mulheres discutiam como se fosse uma zaragata.
Judite ao escutar a discussão dirige-se à cozinha, e vai dizendo pelo caminho.
Judite – Mas o que barulho é este?! (Depois de abrir a porta) Ai que guerra ali ‘tá…São sempre as mesmas… Esta gente anda sempre com enchentes à melheres! ( Volta ao trabalho )
Manuel e Mário, seus irmãos chegam a casa vindo da escola e    
Sentam - se à mesa na cozinha, para fazer os trabalhos de casae dizem boa tarde.
Judite – Boa tarde. Agora comecem já aí a traçar e não façam os trabalhos da escola. Eu não quero discussões ouviram…Farta de ouvir  barulho já eu ‘tou!
Manuel e Mário, estão sentados à mesa a fazer os trabalhos da escola
4ª e 2ª  classe respectivamente.  (Manuel pergunta ao irmão )
Manuel – Já começaste a redacção Mário? ( Falar dos nossos pais?
Mário  - Ainda não na”sei como começar esta redacção!.
Manuel – Se é para falar sobre os nossos pais, é fácil dizemos a verdade!
Mário  - É fácil dizes tu! Ainda bem que eles não estão aqui1
Manuel  - Começa assim : - eu tenho dois pais…
Mário  - Ouve cá, se é para dizer a verdade, não são 2  são 6!.
Manuel -  Seis! Como são seis!
Mário - Porque a  mãe diz, que os nossos avós também são nossos  pais!.  Olha isso para  mim é muito complicado!
Manuel – Então fala só da nossa  mãe!
Mário - Ta’bém, é melhor assim vou falar só da nossa mãe!
Manuel - Olha por causa de ti já atrasei o meu trabalho… Já na” vou a fazer a redação: as nossas lendas. ( Manel abana a cabeça admirado)
Mário - Mas tu vais falar das lendias da gente Manel (coça a cabeça) , Ainda ontem a mãe teve a catar a gente! Olha se a mãe souber disso na”vai gostar nada…A gente já temos limpos na cabeça!
Manuel – Mas conversa é essa que tá praí contigo!... Eu disse Lendas, quer dizer histórias entendeste agora! Bom, eu vou adiantar o meu trabalho!
 Ora bem: - Gosto muito de ajudar os velhinhos e dar esmolas aos pobres que batem à minha porta, mas o meu pai não gosta nada. Ele diz que ele também é pobre, ele não pode ver a nossa vizinha que é viúva, está sempre a rogar pragas e mais coisas que não posso dizer aqui… Se o meu pai soubesse que ela lhe chama bêbado, partia - lhe a cabeça com um bartidor, que tem sempre atrás da porta…De resto ele é boa pessoa!
( Diz para o Mário) – Atão já escreveste alguma coisa?
Mário – Já. Fiz assim: A minha mãe, está sempre embirrar comigo, tenho que ir sempre aos recados todos; ainda ontem eu não quis ir ó recado à minha tia, e ela deu-me logo uma latada que até vi estrelas!
Manuel - Ouve cá pá, tu vais apresentar isso assim ao  professor?!
Mário – O que é tem…ele não conhece a minha mãe… não disseste  para dizer a verdade!

Fim do 1ºEpisódio

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