32º Episódio
- José negociava o valor da bicicleta com a negociante do ferro velho.
- Então quanto vale a bicicleta, ela ainda está em bom estado… A minha madrinha, não vai gostar muito que eu venda foi uma prenda dela já alguns anos!
- Ouve cá rapaz, tens a certeza que queres fazer o negócio… eu não quero ter problemas com a tua família!
- Não senhora, pode estar descansada, quem se podia ralar era a minha tia, mas ela está em Matozinhos; o homem dela anda numa traineira na pesca da sardinha.
- Pronto está bem. Olha eu vou-te dar vinte mérreis por ela, vê lá se estás de acordo, é um bom preço!
- Só isso minha senhora… É poucachinho, eu tabém não sei calcular o valor a estas coisas… Olhe, vou ali perguntar ao senhor da loja em frente, para me dar uma opinião.
- O José depois de ouvir o comerciante tá trazia uma ideia.
- Veja lá se pode dar mais olguma coisa, eu até estou a precisar de dinheiro!
- Não posso dar mais, acho até que já ultrapassei o devido valor… Se queres ou não vender, tu é que sabes!
- Do outro lado da rua o comerciante observava o negócio e a certa altura ele indicou com a cabeça ao José para vender.
- O José disse par a negociante: - Prontes, está o negócio feito. Dê-me cá o dinheiro.
- Pouco depois o José entrou em casa muito contente e dirigiu-se ao quarto de sua mãe.
- Mãe, olhe aqui… ò tempo que eu não via uma nota destas na minha mão!
- Que é isse filhe, onde achaste essa nota?
- Caiu do céu… Este dinheiro vem mesmo a calhar! É pena não serem mais duas ou três!
Mas eu vou contar à mãe como isto aconteceu, se não se chatear comigo! Foi assim: - se eu for trabalhar para a Botica, não posso ir vestido de qualquer maneira,tenho que ir bem apresentado!
- Tabem filhe, eu sei disse mas, gostava de saber onde arranjaste esse denher, diz lá à mãe!
- Foi assim uma ideia de repente… Eu vendi a bicicleta velha que estava no quintal, para mim já se tornava pequena; diga lá a sua opinião… Àh!... você está a fazer má cara! Já estou a ver que não concorda!
- À filhe concorde muite bem…Eu ‘tou admirada, é das coisas que tu fazes com a cabeça no lugar… Não sais nada ao teu pai!
- Pois não, eu sou filho de um paleco… Estou a brincar consigo mãe! Deixe lá agora isso, como vão essas dores do corpo?
- À filhe ‘tou um bocadinhe melhor. Ouve cá, ‘inda na’me desseste nada desse homem, ele ainda ‘tá prese filhe?
- Eu já falei com a guarda, para lhe pedir que desse umas palavras ao pai para que no futuro, não voltasse acontecer casos semelhantes. Eu também falei com ele, e vi que estava arrependido… O pai já não se lembrava do que tinha acontecido, e vamos agora a ver daqui em diante se ele vai emendar-se… Eu espero que sim, até me jurou que ia procurar uma empresa para trabalhar.
- Isse é um milagre! À filhe mas tu acreditas nele… O vinhe dê’xa-o tonte! Agora digo-te ‘ma coisa, s’ele deixasse o vinhe, isso sim… acr’aditava, mas ele na’vai conseguir!
- À mãe, ele precisa da nossa ajuda. Se eu for trabalhar para a botica, era um grande desgosto para mim, ver o meu pai por aí a ser criticado nas bocas do mundo!
Fim do 32º Episódio
J. Balau.
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