sexta-feira, 13 de setembro de 2013

25º Episódio

25º Episódio

- Maria depois de tratar a sua irmã, avisou o seu sobrinho que o senhor Armando da Botica queria falar com ele.

-Entretanto na taberna da Ti’Ana, o Virgulino tinha provocado a freguesia que se encontrava a jogar às cartas. O Alberto também estava presente, um homem de respeito e de vergonha. A certa altura, ele dirige-se ao Virgulino e disse-lhe: - À Virgueline tu na’tans vergonha, há mais de uma hora, que na’sais encostado ao balcão só a chatiar a Ti’Ana!... Deixa lá a melher em paz, o que tu devias fazer, era ires p’ra casa… A Ti’Ana já te avisou que na’ te fia mais nenhuma bebida!

- Na’fia na’fia… q’antas vezes eu já óvi essa conversa… Olhe Ti’Ana ‘tá óvir bem, você vai perder um freguês e peras óviu!... Nunca mais eu ponhe aqui os pés na su’taberna… Olhe que’u som, um homem de palavra óviu! ( o diálogo estava aquecer)

- Vai p’ra casa Virguline, quem te viu e quem te vê homem… O mar até já se esqueceu de ti!... Vai p’ra casa Virgueline!

- Prontes é só o que sabem dezer: Vai p’ra casa vai p’ra casa… Eu já na’ tanhe casa óviram bem, ma’pessoa passa a vida a sacrificar-se, pá’gora ser assim escurraçade como um cão… Mas, vocês podem ficar cientes, este homem ‘tá’qui, vai montar ma’empresa só p’ra mim ó’viram… E na’vom precisar nada de ninguém, óvirem, bem!

- O Virgulino encontrava-se embriagado, já não era ele que falava, mas sim o efeito do álcool que tinha ingerido. Pouco depois saiu da taberna em direção à praia e por lá ficou.

- O Virgulino discutiu com a Ti’Ana (Taberneira) por não lhe querer fiar mais bebida e despediu-se dela, saiu jurando que nunca mais ali entrava-

À Alberto, tu já viste o que eu perdi!... Um freguês e peras. como não há outro igual!

Olha que bêbado relaxado… Agora vai deitar-se à sombra de um barco, e por lá fica até anoitecer! Não desejo mal a ninguém nem rogar pragas mas, se o mar o levasse não tinha pena nenhuma. Um ordinário daqueles; um cão que não conhece o dono… Mal empregada mulher, que anda aturá-lo e a sustentá-lo! Eu juro, se isto fosse comigo, eu punha-o no meio da rua!

- Oiça Ti’Ana, este homem já ninguém o consegue endireitar. O filho dele tabém ‘tá sofrendo com isto, coitade do rapaz, já reparei qule anda envergonhade!

- Entretanto em casa da Virgínia ainda repousando na cama ia dizendo ao João, seu filho como devia tratar das coisas mais necessárias.

- Olha João, na saca ‘tão lá um resto de pão, que me deu ontem a Ti’Capetalina, cande eu fui lá fazer uma horas na cozinha. Tabém ‘tá café na cafeteira grande; com jeitinhe, pá via das borras, passas pá piqueninha, e fazes umas sopinhas p’ra ti e trás tabém p’ra mãe; ócanão vames deitar sem comer nada… Quem se deita sem ceia, toda a noite esperneia… Já dizia a ‘nha mãezinha!

Olha filhe, amanhã de manhazinha, lavas-te tode, fazes a barba e vás falar co´ senhor Armandinhe ; assim que lá chegares, dizes bom dia e falas com muite respeite… Até pode ser que tragas boas notícias!

- Oiça cá mãe na’é melhor ir agora procurar o pai?

- Dêxa - o andar por onde ele quiser, eu na’ o quer ver à ‘nha frente!

- Tabém… seja feita à sua vontade. Agora ‘tou a pensar… Mas, que será o senhor Armande, tem p’ra me dizer… Eu até vergonha de ir falar com ele!

Fim do 25º Episódio

J. Balau.

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