24º Episódio
Maria cedeu ao pedido de sua irmã, para a ajudar a tratar dos ferimentos causados pela
discussão, entre ela e o seu marido;. Depois da Maria comprar os medicamentos perguntou
ao farmacêutico quanto era a despesa.
- Vai-te lá tratar da mulher, isso já tá pago. Na se esquecem, de pôr esse malandro na rua é
o que ele merece… Ele que vá p’ra casa da mãe dele, ele é de má raça; mas,há ainda pessoas
boas no mundo,nunca vou esquecer a tua mãe, ela fazia alguns serviços em minha casa, e
foi ela que cuidou de mim muitos dias quando era criança; ela era muito educada e
trabalhadora . Olha, já agora não te esqueças dar o recado ao teu sobrinho, ele que venha
aqui falar comigo!
- Sim senhor Armando, Deus lhe dê muita saúde e sorte, mais uma vez muite obrigado!
- Maria ficou feliz, pois percebeu logo que o senhor Armando, talvez quisesse ajudar o
seu sobrinho; era muite bom um emprego em terra, escusava de enfrentar o mar… Olha, na
podia vir em melhor altura esta notícia.
Rapidamente, Maria chegou a casa com o medicamento e também com uma grande
novidade.
- Já qui’tou à Vergina. Trago aqui os remedes co’senhor Armando m’aviou, ele na’quis
denher nenhum…‘Tás óvir Vergina!
- ‘Tou óvir melher, eu mal posse falar, só tanhe dores no corpe tode!
- Olha, agora vou já esfregate com o alc’ar- canforado quele me deu… Tu na tans por aí uns
paninhos de lã, pa’te cobrir depois de te esfregar?
- Ai senhor… onde eu tanhe isse agora, eu na’ me posse mexer!
- À melher, diz-me mais ó menes, que’u procure, a casa na’é assim tão grande!
- Olha, vai ali aquele móvel, deve lá’tar ma’camisola já velhinha, podes resgá-la aos
bocades e serve-te à vontade; primêre ‘tá a nha saúde, que se lixe a roupa!
- Prontes, já dê com ela, é esta na’ é!... Há sempre solução p’ra tude melher ‘tás a ver!
Entretanto o José entra em casa muito preocupado, e dirigiu-se ao quarto de sua mãe.
- Já tá’í tia?
– Já vim à bocade da botica.
- Olhe mãe, o pai fui dar com ele na taberna, a discutir ca’Ti’Ana… Quer à força ca’melher lhe
venda vinhe, eu já ‘tive a ralhar com ele; Até parece que tá louque, na’dá crete a ninguém!
- Esse ordinare, tem que levar ‘ma grande lição … Nunca na vida, vou esquecer o que’le me
fez ó mê corpinhe!
- Á sebrinhe dêxa lá… Iste quem torte nasce, tarde ó nunca sem’derêta!
- Olha, ‘tão aqui duas piulas pa’dares à tu’mãe, uma à noite e outra amanhã de manhã, iste
é pa’leviar as dores. Eu já lhe esfreguei as costas e as pernas, e amanhã venhe ó’tra vez fazer
a mesma coisa. É verdade eu tanhe um recade p’ra ti o senhor Armande disse pa’tu ires sem
falta falar com ele; se fosse a ti ia já amanhã!
Fim do 24º Episódio
J. Balau.
Sem comentários:
Enviar um comentário