sábado, 7 de setembro de 2013

21º Epiosódio

1º Episódio.

O Virgulino bateu na esposa sem piedade. O seu filho (João) depois de ver a sua mãe no

chão sem se poder levantar, resolveu procurar o seu pai para o ajudar.

- O João, dirigiu-se à taberna e perguntou se viram o seu pai… E alguém lhe respondeu: -

À migue ele saiu daqui à bocadinhe ca’tu’ mãe!

- José resolveu pedir auxílio para socorrer a sua mãe -

- À Ti’Afonse, vanha com’migo a nha casa pa’sua saúde; a nha mãe tá’estendida no chão feita

num feixe,com perrada co’mê pai lhe deu, eu sozinho na’consigue levantá-la… O mê pai hoje

tem que mó’vir!

- Vames lá rapaz, antes que seja tarde!

- Ti’Afonso e o José assim que entraram em casa, Virgínia continuava toda encolhida e

inconsciente, Ti’Afonso com ajuda do João, e com muito cuidado tentaram estendê-la no

chão. Ti’Afonso, ficou enfurecido ao ver a mulher toda ensanguentada no rosto e assustou-se.

João aqueceu uma pouca de água, para limpar o sangue, enquanto não secava mais.

- Isto na’se faz a uma mulher… A nha mãe tem que dar um ensine ao meu pai; Ti’Afonse a

nha’mãe é que ‘tá a sustentar a gente, ela trabalha como uma negra e na’tem valor nenhum,

‘inda hoje me desserem co’mê pai tem ma’díveda grande na taberna!... E ‘Inda per cima anda

a dar perrada à triste!

- Olha migue, isse da díveda eu sei, é verdade… Se calhar a tu’mãe disse-lhe algumas

verdades, e ele na’gostou… Ele tabém teve a d’escutir co’mestre da empresa e foi despedido,

agora umas coisas em cima doutras, ele se’calhar perdeu a cabeça e quem pagou foi a tu’mãe!

O José tinha ido à loiceira buscar o vinagre pa’lhe dar a cheirar e chapinhar as fontes.

Pouco depois, Virgínia já tinha recuperado um pouco a consciência.

- O que iste filhe?! Ai que dor tanhe nas costas, eu na’ posse respirar… Onde tá esse matador

do tê pai?! À Ti’Afonse obrigadinha e deculpe lá este trabalhe que’tou a dar!

- Mãe, na’pense agora nisse, a gente temes que ter ma’conversa a sére com ele, iste na’vai

ficar assim!

- À filhe eu tive a ralhar co’tê pai, na me perguntes mais nada, qu’eu na me lembra!

- A gente já desconfia do que foi… Já viu Ti’Afonse, a nha mãe tem side a trave da nossa

casa, e o mê pai na’quer saber de nada!

- Olha João, aqui na rua toda gente já sabe, ninguém é cegue…A tu’mãe é uma melher séria

e trabalhadora… Na’ queiras seguir o má exemple do tê pai, ele na’tem vergomha ninhuma!

Se tu na’guestares da vida do mar, vê se arranjas qualquer coisinha em terra, para começares

a abrir os olhes e ajudares a tu’ mãe; ela tem side uma escrava… Na’queiras que mordem em

ti, como tá acontecer ó tê pai!

- Tem rezão Ti’Afonse, o mê pai na’marece o nosse respête nem o comer que come.

Ele agora tem haver-se comigue! Olhe, ajude-me a pôr a nha mãe na cama, pa ver s’ela

fica mais aconchegada . À q’rida mãe, tenha coragem na’ me dêxe qe’eu na tanhe ninguém…

Ajude-me desse lade Ti’Afonse a pô-la na cama; Obrigadinhe Ti’Afonse, ela assim já fica

melhor.

- Até logue Zé, se precisares de mim é só avisares:

- Pouco depois o José deu uma bebida quente á sua mãe, e tratou-lhe de alguns

Ferimentos com tintura. Mas, o José não se conformava com a dor de sua mãe, e resolveu

de ir procurar o seu pai. Descendo a rua rapidamente, dirigiu-se à praia, talvez o lugar mais

certo de o encontrar. Depois de percorrer vários lugares entre as embarcações, não o

conseguiu encontrar. João, no regresso, ao passar por uma pequena embarcação meia

voltada, com o fundo virado para cima, foi aí que o encontrou o seu pai, estendido

na areia, dormindo descansadamente. O José ao vê-lo assim dirigiu-se a ele, dando-lhe

um abanão até o acordar.

Fim do 21º Episódio

J. Balau.

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