sexta-feira, 30 de agosto de 2013

13º Episódio

13º Episódio.

- Virgínia resolveu visitar a sua irmã (Maria) na tentativa de conseguir algum dinheiro, mas encontrou alguns obstáculos –

- Pobre de mim que sou ma’triste… ‘Inda bem melher, que t’ans um homem com corage para governar a vida, és minha irmã na’posse levar a mal essa tua fel’cidade; mas, além de me teres ajudade nas minhas ne’ssidades, podias tabém seres mais sincera com’migue!

- ‘Inda mais sincera catane… Mas ‘inda t’ans dúvedas disse?!

- Olha Maria, Deus queira que tu nunca te vejas na’minha situação… Mas a gente q’ande precisa, temes que chegar aos nosses; ao nosse sangue entendes agora?!

- Tu na’me faças agora chorar, qu’eu até acordei hoje bem desposta… Tu t’ans olgumas rezões pa’te queixares de mim Vergina?

- À Maria, na’tejas a pinsar mal de mim; mas eu, gostava que fosses assim, assim mais verdadeira com’migue entendes!

- Agora na’tou entender onde queres chegar, já ‘tou aqui a ficar chê de nerves!...

Diz lá o que se passa pa’me falares dessa maneira, ‘tou a ver que já há cosquevelhice!

- Eu na’vim aqui pa’te falar diste Maria, mas já que calha em conversa, na’tó’fendas melher… Eu só te q’ria preguntar se foi verdade, o tê’ homem apanhar uma pranchada de rebales!

- Ai ca’bôca grande qu’este munde tem!... Quem te disse isse Vergina?... Esta gente na pode ver ninguém, são ma’camadas de invejosas; só tão bem, é a ver as pessoas na miséria, à melheres da praia!!!

- Na’me digas que foi mintira, porque ócanão, quem mo disse vai levar já um grande recade, na perde pa’demora!

- Espera lá espera Vergina… As coisas na’forem tante assim… A verdade foi esta: - Olha, o ca’tu’irmã te diz. - O tê quenhade apanhou uns dois robalinhes na noite passada, mas na foi assim ma’ pranchda come tu dizes… Foi tante denher, c’até o Tonhe ficou tode com ele, p’ás suas estravagâncias vê lá tu... Mas quem foi que te disse isse?

- Quem foi na’interessa, mas se tu dizes que é mintira, eu acredite em ti. Mas olha, mesme a mangar quem foi, vai levalas nas ventas, à vai vai!

- Deixa lá isse Vergina, na’ quere q’andes praí a ralhar c’uma coisa sem importança!

- Tá descansada ca’nha bôca na’se abre mais… Olha vô’me imbora tanhe que fazer lá em casa.

- Maria, ficou admirada com a notícia de sua irmã mas, como tinha combinado com o seu marido, que não convinha dizer - lhe a verdade Maria ficou preocupada –

- A ‘nha irmã se’calhar, na’vai convencida da’nha resposta… Quer’lá saber disse!

Ai nossa Senhora que grande trevão eu ó’vi agora… e o mê rique homem na lagoa armar os aparelhos às inguias, e na sei se ele foi acompanhade!... Olha, mais outro relâmpago… Ai que sarria aí ‘tá caír!... Mas onde ‘tá o mê filhe que na’ma’parece! O que vale é co’Tonhe levou o fate d’oleade, que na’o veje aqui!

Parece c’abriram agora a porta… Quem táí? À, és tu filhe… ‘inda bem que vieste agora, já ‘tava a ficar assustada!

- Eia mãe, vanhe tode melhade, ‘tá cair ‘ma tempestade que vai fazer estrague!... Oiça cá você já foi ó sóte, ver a esnelinha se ‘tá bem fechada?

- Inda não filhe, eu ‘tou preocupada com o teu pai, ele foi à lagoa armar os aparelhos… Nossa Senhora o acompanhe… Ai que relâmpago deu agora tão grande; à filhe vai tapar os s’pelhos co’lançol, eu tanhe tante muite mede das faíscas!

- Tanha calma mãe, tanha calma, quande o tempe al’viar mais, eu vou ao encontre do pai, eu sei onde deve ‘tar agasalhade!

Fim do 13º Episódio.

J.Balau.

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