quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Decisão Trágica

- Joaquim, nada o fazia recuar na na venda da casa.

Joana encorajava a sua mãe a enfrentar a decisão do seu pai.

- À Joana, o que mais me rala são vocês, daqui amanhã precisam de um buraquinho

para se meterem quando se casarem, e ele na’quere saber nada disso… Só pensa no mar,

no mar e mais nada!

- ‘Tá bem mãe, mas eu mais o mano também já pensamos nisso, a gente há-de arranjar uma solução.

Olhe mãe, você fica já avisada nunca mais vai fazer um disparate desta natureza, haja o que houver, ainda

tem aqui dois filhos para estar a seu lado!

- È isso, a mana tem razão, ontem ficamos cansados à sua procura, até ao cemitério eu fui…

Mas afinal onde ‘teve você?

- Joaquim queria saber, o lugar onde a sua mãe passou o dia, e voltou a perguntar- 

- Diga lá mãe, por onde andou?

- Olha filho, a nossa mãe ‘tava num lugar seguro e bem acompanhada! Eu desde que saí de casa,

fui direitinha à Capelinha de Nossa Senhora de Nazaré, e aí fiquei até fechar a Capela.

- Vejam lá vocês, eu estive à porta e não vi a mãe!

- Pois na’podias ver filha, eu ‘tava mais abaixo na gruta junto da Imagem!

- Mas a mãe, pregou-nos um grande susto! Bem, não vamos pensar mais nisso, agora vai comer

esta sopinha que eu estou aquecer, e depois bebe uma tijela de café que já está ao lume.

- Mais tarde, a família estava mais calma. Depois da Joana arrumar a casa, convidou a sua mãe a descansar.

No dia seguinte, a vida voltou à normalidade. O João foi o primeiro a levantar-se como era seu hábito.

Ao chegar à praia um companheiro da sua empresa perguntou-lhe.

- Bom dia Ti’João. Ouvi d’ezer que a sua mulher desapareceu de casa?

- (João ficou irritado) Mas quem te disse uma mentira dessas? Esta gente interessa-se mais ca’vida

dos outros do ca’deles à ós!

- (companheiro logo ficou arrependido de fazer a pergunta)

- À Ti’João, na t’anha a mal de lhe fazer esta pergunta, eu estou a dizer-lhe o que se ouvi por aí…

A su’filha, até andou por aí pelas ruas a perguntar, se alguém tinha visto a sua mãe!

- È obra no mar, uma pessoa já não pode sair de casa… A ‘nha melher tinha ido aos casais receber

uns denheres que lhe deviam, mas ao fim da tarde já estava em casa. Quande as pessoas na’têm que fazer,

só inventam coisas pa’andarem a falar o dia inteiro!… Olha, deixemos lá esta conversa sem interesse, e vames

à cabana buscar os xalavares, que ‘tão a precisar de serem remendados. É verdade hoje ‘temos lance no Seprun,

e somos o último.

Fim do 7º Episódio.

J. Balau.

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