domingo, 11 de novembro de 2012

Decisão trágica

8º Episodio

Entretanto em casa do João, a Maria tomava o pequeno almoço na companhia

dos seus filhos, mas a tristeza continuava no seu rosto.

A Joana também sentia a mesma  dor, mas ela tinha um papel muito importante

a desempenhar : Estar ao lado da sua mãe, para ela não se sentir isolada.

O mês de Setembro tinha chegado ao fim. As barracas na praia tinham sido

levantadas, com a partida dos turistas. O João, tal como tinha prometido mandou

pintar as letras na parede de sua casa, junto à estrada marginal « Vende-se »; Mais

tarde o João abria a porta da sua moradia um pouco receoso.

- Boa dia. Prontes, ‘tão óvir, a casa já tem as letras na parede,agora na’quer óvir

mais conversas e choradeiras… Quem mais d’enher oferecer, é esse que leva a casa.

Junto da lareira, a Maria acabava de ouvir a notícia despedaçando-lhe o coração.

O Joaquim e sua irmã Joana também estavam presentes sem dizer palavra,ficando no

mesmo lugar envolvidos na maior tristeza. O João ficou irritado ao notar tanto silêncio.

- Eh!!!!,agora ninguém fala, ‘tá’tude mude nesta casa!

- Mas o silêncio continuava. Horas mais tarde, a Maria servia a refeição sem alterar o ambiente.

No final o João disse : T’ás ó’vir Jôquim, amanhã tans-te levantar cedo,temos que por a rede n’auga,

somos o primeiro, vamos ver a nossa sorte, ontem à mesma hora as redes apanharam peixe.

- Na madrugada seguinte, o João e o Joaquim  como combinaram, saíram cedo de casa.

A Maria, também se levantou à mesma hora, depois de comprar o pão, deixou-o em casa; pouco

depois a esposa do João, saiu emboçada na velha capa negra. A Joana sua filha, ainda dormia

tranquilamente, ignorando o que se passava. Uma hora depois, à beira – mar perto

do promontório a companha do João, colocava a rede na embarcação para a lançar no mar.

Minutos depois, um dos pescadores mais novos alertou os companheiros para fazer o sinal

da cruz na direção da Capela de Nossa Senhora de Nazaré.

- É camaradas, olhem acolá no ar, um volume negro a voar, até parece um balão!

Todos os companheiros confirmaram a visão do colega. Uma voz alertou:

– Cá p’ra mim, aquilo foi alguém que se atirou do soberco, e é mulher da praia, as saias abriram e fez

aquele grande volume.

O João, cabisbaixo pouco ligava à notícia, continuando o seu trabalho.

- Vocês ‘tão sempre com brincadeiras!

- No mesmo instante, o volume caiu na encosta do promontório. Uma parte da companha do João,

largou o trabalho e correu para o local, com difícil acesso; mas o pescador mais jovem conseguiu

chegar perto do volume; ao reparar ficou surpreendido com o que via…

- Eu nem acredito!

Fim do 8º Episódio.

J. Balau.

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