38º Episódio – História de Vidas.
Na taberna, o Joaquim ficou enfurecido por ter sido agredido pelo Mário, perante a presença de alguns amigos. O Manuel seu amigo mais próximo, disse-lhe algumas palavras para o acalmar.
- Sabes jôquim, eu não te dou razão, porque tu não respeitas as pessoas, tens que ter mais calma, e pensar nas palavras que dizes; o Mário ficou ofendido e com muita razão… E não venhas agora com desculpas, porque eu ouvi tudo; já é tempo de acabares com essas provocações, isto só prejudica a tua imagem!
- Tabém Manel, mas isto não fica assim… Um dia ele vai-mas pagar, eu juro por alma da minha mãe!
- Lá vens tu outra vez com as ameaças… Vê lá se ganhas juízo, tu és um jovem e esse ódio, não te fica nada bem, as pessoas não são cegas Jôquim… Olha, vai já para casa, eu também vou andando, amanhã tenho que me levantar cedo, boa noite a todos!
- Entretanto o Mário batia à porta do seu patrão, como tinha sido combinado –
- ( Lurdes foi abrir ) És tu Mário entra entra… Que é isso da camisola, tem um botão a menos!
- Pois tem, foi agora a sair de casa, a camisola prendeu-se na tranqueta da porta, mas para não faltar à hora marcada, já não voltei para trás, olha desculpa.
- São coisas que acontecem, não tenho nada a desculpar, o meu pai está na sala, já pendeu a cabeça várias vezes, parece que está com sono.
- É normal, o teu pai está cansado do trabalho. Olá senhor Augusto, boa noite dá-me licença?
- Boa noite Mário. Senta-te aqui a meu lado, não tenhas vergonha. Agora estamos fora do estaleiro, em casa és meu convidado, e espero que a nossa conversa nos dê frutos no futuro, assim tu o desejes se me deres uma resposta de homem honesto.
- Sim, sim Senhor Augusto, mas ainda não percebi onde quer chegar!
- É natural, tenho quase a certeza, que tu não fazias ideia, porque é que eu te chamei a minha casa!... Bem, não vamos perder mais tempo, amanhã é dia de trabalho. Eu queria falar contigo, e perguntar-te se é verdade gostares da minha filha, com a intensão de casares daqui a uns tempos; Mas ouve, eu quero uma resposta séria e responsável da tua parte, porque a minha filha tem a quem sair, sai ao pai não gosta nada de mentirosos nem de vigaristas, compreendes Mário!
- Senhor Augusto, nem sabe o peso que tirou agora de cima de mim… Eu pensava que a minha visita a sua casa, fosse por causa de outra coisa! Mas adiante, é verdade que já algum tempo comecei a gostar da Lurdes, mas tive sempre o receio que o patrão não gostasse; sou pobre, e nem sou ainda um empregado com a experiência desejada; Mas posso aqui jurar, se o patrão aceitar o nosso namoro, eu vou fazer a sua filha muito feliz… Assim ela queira!
- Em minha casa, não me chames patrão, aqui és uma visita como as outras, até ver!… Mas eu compreendi muito bem o que disseste, já deste algumas provas no trabalho… Agora vai chamar à cozinha, a minha filha aqui à sala.
- Sim eu vou senhor Augusto.
- O pai chamou!
- Sim chamei, senta-te aí na cadeira e o Mário a meu lado. Ouve Lurdes, já falei com o Mário sobre o vosso namoro, agora queria saber de olhos nos olhos, se na verdade vocês gostam um do outro!
- À meu pai, eu gosto do Mário, nós até já conversamos algumas vezes, e parece que não tenho dúvidas… O pai também tem uma palavra a dizer, porque eu não queria namorar um rapaz, sem seu consentimento.
- Sim, sim fizeste muito bem. O Mário também já me deu a sua palavra, parece que estão reunidas as condições, para eu autorizar o vosso namoro, mas quero muito respeito aqui em casa, estão a ouvir… Mário vais ficar a saber, Domingos e Quintas Feiras, podes vir a casa, mas nada de noitadas.
- Esteja descansado senhor Augusto, eu vou cumprir com o seu desejo.
Fim do 38º Episódio
J. B.
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