39º Último Episódio - História de Vidas.
- Depois do diálogo, entre o Augusto e o Mário, sobre o consentimento do namoro com a Lurdes, o jovem regressou a sua casa muito contente. A sua mãe já estava deitada, mas atenta à chegada do seu filho, para saber alguma novidade. O Mário quando entrou em casa, foi diretamente ao quarto, observar se a sua mãe estava a dormir.
- Mãe, ainda está acordada… Você parece que está preocupada!
- Pois ‘tou filho… Então, o que queria o teu patrão, tenho ‘tade aqui em ânsias que tu chegasses!
- Adivinhe lá o que ele me disse!
- Sei lá filhe, se’calhar não é coisa boa! Mas tu vens muito satisfeito… Diz lá anda!
- Olhe mãe, a notícia que lhe vou dar, não podia ser melhor, oiça bem… O meu patrão, deu-me autorização para namorar com a filha!... Até penso que isto é mentira, eu hoje nem consigo dormir!
- Ai senhor, ainda bem… À filhe, eu amanhã vou alumiar o altar da Nossa Senhora com duas velinhas; ai ai… ‘tou tão contente Mário, Deus permita que vá correr tudo bem!
- Vai sim mãe, nós vamos fazer os possíveis, para que ninguém nos aponte seja o que for!
- Eu não duvide da vossa amizade, tenho medo é da língua do povo; há muita inveja por aí filhe, tu ainda és muito novo!
- Deixe lá agora os outros, veja se dorme, eu vou fazer a mesma coisa. Dê cá um beijinho, até amanhã.
- No dia seguinte. O Mário continuou a trabalhar, com mais alegria, o seu trabalho saía com mais perfeição. O seu patrão, de vez em quando, reparava nele agora mais do que nunca, tinha que o vigiar, para ele se aperfeiçoar na sua arte.
- Chegou o Domingo. Era dia de assistir à missa, o Mário não deixou de se encontrar com a namorada; resolveu então esperar por ela ao fim da rua.
- Aí vem ela. Olá Lurdes bom dia.
- Bom dia Mário. Então tens dormido bem, pareces muito contente!
- Se parece… Consegui conquistar a relíquia mais desejada deste mundo… Agora é seguir em frente de cabeça erguida, com a minha futura mulher!
- É… o que vai por aí… Muito me contas Mário, fazes bem pensar positivo, mas tenho um pequeno conselho para te dar: - Não dês ouvidos ao mundo, faz a tua vida.
Pode acontecer, que algumas pessoas mais invejosas, ao repararem que nós namoramos, comecem logo a murmurar; o que nós temos que fazer, é seguir o nosso caminho!
- Está descansada, comigo não vai haver complicações, cada um faz a sua vida, e nada mais ! - Repara ali naquele grupo, já nos estão a cortar na casaca, estás a ver! Anda, já estamos atrasados, a missa já começou, eu quero tudo com Deus… Vamos entrar.
Um ano depois. Estávamos no Mês de Julho, a vida tinha continuado com normalidade, o Mário entretanto poupou algum dinheiro, para investir em algumas roupas que precisava. Certo dia, a Lurdes falou com o Mário sobre o casamento, ambos estavam de acordo casar no final de Outubro, restava agora falar com o Augusto, pai da Lurdes.
Num serão no dia de namoro, a Lurdes pediu licença ao seu pai, para falar sobre o seu casamento.
- À meu pai, eu precisava de falar consigo, num assunto muito sério!
- Essa coisa é assim tão séria… Diz lá então!
- Eu e o Mário, temos conversado já alguns dias, sobre o dia do nosso casamento; já nos conhecemos o suficiente, para que não haja no futuro nenhum desentendimento, agora precisava que o pai nos apoiasse neste passo da vida, que é muito importante.
- Está bem. Ouve cá, em que mês é que vocês estão a pensar em casar?
- É no final de Outubro deste ano!
- Olha, para mim é boa altura, porque não há muito trabalho… Está bem, preparem lá as vossas coisas… mas espera aí, eu quero te pedir que fiquem aqui a morar, esta casa chega muito bem para vocês e para mim, não vou ficar aqui sozinho, até morria mais depressa!
- Está bem meu pai, eu já estava a contar com isso! O Mário também está de acordo!
- Sim, até é bom para nós, não pagamos renda de casa.
- Pouco depois, o diálogo chegava ao fim, e o Mário saiu a caminho de casa, pensando na resposta do pai da Lurdes com imensa alegria.
O diálogo foi positivo, agora é continuar a trabalhar, para que tudo chegue ao fim sem grandes problemas. O Jovem quando regressou a sua casa, contou à sua mãe o resultado da visita à casa do patrão.
- Francelina mãe do Mário, esperava no seu quarto pela chegada do seu filho, estava ansiosa para saber alguma novidade. Mário dirigiu-se ao quarto de sua mãe.
- Boa noite mãe.
- Boa noite filhe, então o resultado da visita?
- Olhe o resultado, eu trago uma grande novidade para lhe dar!
- Ai senhor, Deus queira que seja boa!
- É sim mãe, estou muito contente, a Lurdes pediu ao pai para casar - mos no fim do mês de Outubro. Agora é trabalhar e olhar em frente, eu estou tão feliz consegui o que mais queria nesta vida! Quer dizer, a minha mãe é à parte!
- À filhe, eu tabém ‘tou muito contente, agora na’queria morrer, sem ver o dia do vosso casamento!
- Não morre nada, essa agora… Está tudo a correr tão bem e você está a falar em morrer, ainda vai viver muitos anos, e ver em seu redor os seus netinhos!
- Ai, ai ai Mário, estou a lembrar-me do teu Pai… Se ele fosse vivo ficava também muito contente.
- Isso é verdade, não tenho dúvida alguma, mas não se ponha já com a lágrima no olho, hoje é um dia de alegria, quer dizer noite, já é muito tarde!
- Depois de alguns meses, estávamos no final de Outubro. A Lurdes andava preocupada com o arranjo da casa, algumas mobílias foram mudadas e o quarto dos noivos estava com um aspeto muito bonito. O Mário, na companhia de sua mãe, também ia ajudando no que podia.
Enfim, depois de muito trabalho, chegou o dia do casamento.
No dia trinta do Outubro era Domingo, estava uma manhã muito bonita, o entusiasmo não faltava na família dos noivos e convidados. O pai da noiva, sorridente notava-se um ar de alegria, e a Lurdes acabava de se preparar com a ajuda da sua costureira habitual.
Entretanto o Mário, muito bem vestido na companhia de sua mãe, seguia no automóvel a caminho do Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
Pouco depois, a noiva saía do carro acompanhado do seu pai, vinha linda com vestido branco.
Depois da cerimónia habitual e bênção do pároco, os noivos receberam os parabéns dos seus familiares e acompanhantes. Seguiu-se as fotografias indispensáveis, e pouco depois a boda no Restaurante mais frequentado da vila. Já numa hora tardia, os acompanhantes regressaram a casa, alguns até muito satisfeitos.
Um ano depois.
Numa manhã o Mário visitou a casa de sua mãe muito contente, levando consigo uma boa notícia.
- Está alguém em casa?
- À filhe és tu entra. O que é isso Mário, pareces muito contente!
- Venho sim mãe, tenho razões para isso… A mãe já é avó, Graças a Deus a Lurdes, esta manhã deu à luz um lindo menino, era o que eu queria!
- Graças a Deus, dá cá um beijo à mãe, já posso morrer descansada!
- Então mãe… Sempre que lhe dou uma boa notícia, fala sempre em morrer… a avozinha não pode pensar assim, tem que ajudar a criar o meu filho!
- Deixa lá filhe, na’ligues… Olha, a minha alegria é tanta, que me faz falar assim, eu quero ir ver já o meu netinho.
- Algum tempo depois, o casal continuou com grande esperança na vida. O pai da Lurdes, meses depois deixou de trabalhar com problemas de saúde, ficando o Mário responsável pelo estaleiro. A vida do casal continuou em boa harmonia.
E assim acabou a história de um rapaz pobre com um final feliz.
Muitos anos de vida e felicidades para esta família.
Final da - História de Vidas
José Balau.
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