37º História de Vidas.
- Augusto começou a desconfiar do interesse do Mário pela sua filha.
- Mário disfarçadamente ia dando as respostas mais convenientes de seu interesse.
- À patrão, eu gosto de trabalhar em qualquer serviço, desde que eu saiba está tudo bem.
- Mas ouve cá Mário, tu já és um homem, acho que podemos falar sem rodeios e mentiras é isso que eu quero… Porque estás tu a fugir à minha pergunta!
- Mas eu não estou a fugir a nada!
- À não!... Então vamos combinar um encontro em minha casa, talvez eu possa explicar-te melhor a minha pergunta… Tu podes ir hoje a minha casa, pelas nove horas da noite?
- Eu posso, mas se é por causa da lenha, eu posso levá-la mais cedo!
- Na se trata da disso, a lenha agora é outra! Estou a ver que tu és muito esperto, mas isso, até não te fica mal… Gente mol nem vê-los, quanto mais aturá-los. Bem, fica assim combinado. Podes continuar com o teu serviço da estopa, porque podemos precisar dela a qualquer momento.
- Mário ficou muito surpreendido, com a conversa do seu patrão. Enquanto trabalhava ia pensando: - Esta agora, não sei para que serve esta visita … Será que eu fiz alguma asneira e ele não me quer dizer no trabalho… Desde que não seja para me despedir, já não é mau… Bem, vamos continuar com o trabalho logo se vê!
- O Mário depois de acabar o serviço dirigiu-se a casa. Antes de se lavar disse para a sua mãe.
- Mãe, eu tenho uma novidade para si.
- À filhe, se é coisa má antes quere que na’me digas nada… Na’me ‘tejas assustar, farta de ralações já eu ‘tou!
- Mãe, tenha calma que eu tabém não sei o que vai acontecer, porque o meu patrão disse-me no trabalho, quer que eu vá a casa dele depois de jantar pelas nove horas …
Eu estou com um certo receio!
- À filhe, mas tu na’desconfias do que seja?
- Eu não… Olhe, vou-me lavar e jantar, que já estou cheio de larica.
- Olha, a nha’cabeça já na’tem sossego, até saber o resultado dessa visita!
- Mãe, já lhe disse que na se enerve, não vai ser nada de grave… Trate lá do comer ande!
-Depois da refeição. O Mário preparou-se para ir a casa do seu patrão saber a novidade.
Antes passou pela taberna que costumava frequentar. Os clientes, ocupavam os bancos dialogando entre si sobre a vida presente, na qual não havia razão para ficar satisfeitos, já que as pescas estavam longe, de serem satisfatórias. O Joaquim estava presente onde discutia com o seu amigo Manuel, a vida do pescador.
- Joaquim disse: - Olha Manel, se o mar fosse bom não era para o pescador… E digo-te ainda mais, mas eu não sou como alguns que deixaram o mar, para trabalhar em terra; tiveram medo, porque o mar é para homens que enfrentam as ondas!
- Ouve cá Jô’quim, tu ‘tás a dizer isso a mim que já cá t’anhe duas viradelas em cima do lombo! Essa agora… mas que maneira tens tu de ver as coisas!
- Mário encostado ao balcão, acabava de beber um copo de vinho para lhe dar coragem, quando entrasse em casa do seu patrão, mas ele sabia que estava a ser provocado pelo seu antigo e falso amigo. Com muita calma, foi ouvindo a discussão entre o Manuel e o Joaquim. A certa altura o Manuel disse para o seu amigo:
- Olha, eu não estou de acordo contigo, cada um faz a sua vida e ninguém tem nada a ver com isso!
- Olha Manel, eu não me interessa que ‘tejas ou não de acordo, mas o que eu te digo é uma verdade; eu nunca deixava o mar para trabalhar em terra, quem faz isse é um cobarde!
- O Mário, não ficou bem disposto com a provocação do Joaquim e dirigiu-se a ele dizendo-lhe: - Olha Joaquim, eu já percebi que essas palavras que tu tens ‘tado aí a dizer, são para me provocares ouviste… ( neste momento o Mário agride o Joaquim com um soco que o põe deitado no banco) Agora, quando tu te atirares ao mar com rabiosa, para salvares um colega, então fala comigo que tenho mais coisas para te dizer!
- Mário deixa o Joaquim sem palavras e sai da taberna em direção à casa do seu patrão.
Fim do 37º Episódio.
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