36º Episódio- História de vidas.
- O Augusto tinha adormecido depois de almoçar, a sua filha tinha – o acordado.
- Olha filha, eu estou um pouco cansado, estava a saber-me bem este sono- zinho, mas os meus empregados estão orientados no trabalho, não tenho pressa vou ficar mais um pouco a descansar.
- O pai tem que se resguardar mais um pouco, já não tem vinte cinco anos!
- Mau, na tua opinião com 60 já feitos, já me consideras um velho!
- Não meu pai, longe vai o meu pensamento… eu quero que se poupe mais um pouco, eu preciso de sim! Olhe que eu quero que me leve ao altar, no dia do meu casamento!
- Casamento!… Não me digas que já namoras, sem eu saber!
- Namorar, namorar não… eu não ia faltar ao respeito do pai, mas está aí alguém interessado em mim… e já que estamos a falar nisso, eu queria dizer-lhe uma palavrinha, ou seja como tinha que lhe dizer um dia, vai saber agora.
- Mas afinal, tu já andas com ideias de namorar e não me dizias nada!
- Não pai, eu não ia dar o sim ao rapaz sem primeiro falar consigo… Eu tenho muito respeito por si.
- Então diz lá então quem é o rapaz… O que eu quero é que sejas feliz com um rapaz, seja educado e trabalhador, porque se ele não tiver estas condições, digo-te já que não vais ter o meu apoio; Uma coisa te digo mais, o dinheiro não dá a felicidade a ninguém, não sei se me entendes!
- Eu sei pai, eu já recusei muitos rapazes, e tenho visto que não perdi nada com a minha decisão, um deles é o filho da Armanda nossa vizinha; por acaso já casou há cerca de dois meses e já está fora da mulher.
- Adiante filha, diz lá então o que se passa contigo, isso é o que quero saber, o teu futuro em primeiro lugar.
- Á meu pai, eu estou a começar a ficar nervosa, não sei qual ver ser a sua reacção!
- Diz lá filha fala, eu estou aqui para te ouvir.
-Então lá vai em louvor de Nossa Senhora e de todos os Santos, me ajude neste momento!
- À filha, até parece que se virou um barco no mar, tanta aflição!
- Está bem pai, então lá vai… o rapaz que me pediu namoro foi o Mário seu empregado, eu achei um rapaz educado e tem sempre mostrado boa vontade em colaborar com o pai; agora você tem uma palavra a dizer!
- O que eu tenho para te dizer, primeiro estou surpreendido com essa resposta… Nunca ia para esse lado podes acreditar, escolher um dos meus empregados para teu futuro marido, nunca me passou pela cabeça, mas espera aí… talvez tenhas razão nas palavras que á pouco disseste; o rapaz é pobre, mas é filho de boas famílias, essas qualidades para mim são muito importantes. Olha filha tens o meu apoio, mas não digas nada agora porque eu tenho que falar primeiro com o rapaz, quero ouvir da boca dele, o que pensa sobre o futuro se ele resolver casar contigo… Há por aí umas dúvidas que eu quero saber!
- Depois do diálogo entre o Augusto e a sua filha, ele dirigiu-se para estaleiro pelas três e meia da tarde. Tudo estava normal, cada empregado continuava com trabalho que tinha sido destinado. O Mário, ao ver o seu patrão chegar, dirigiu-se a ele e perguntou:
Senhor Augusto, não sei se é preciso preparar mais alguma madeira, para levar para o fogão, de manhã verifiquei que a lenha que estava de reserva estava molhada.
- Olha Mário, primeiro vais fazer um serviço antes desse, vais ao caixote de estopa e preparas uns bocados porque já há pouca, no último serviço que eu fiz ficou só um resto. Mas ouve cá na tenhas a mal que eu te vou dizer, parece que tu estás muito interessado em preparar a lenha para o fogão, há por aí alguma coisa que eu não saiba!?.
Fim do 36º Episódio.
José Balau.
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