História de Vidas 19º Episódio
Lurdes ao ver o pai com o braço ao peito ficou assustada.
Olha o meu paizinho vem com o braço ao peito, mas o que lhe aconteceu?
- Isto não é nada de cuidado filha, é uma simples queimadela, mas eu já fui à farmácia me curar. Olha, o Mário foi hoje um grande homem, ouve no estaleiro um pequeno incêndio, e ele foi muito corajoso. Obrigado Mário mais uma vez, se não fosse a tua coragem, não sei como seria!
- Não tem que agradecer patrão, eu fiz a minha obrigação.
-Lurdes, ao escutar as palavras do seu pai, agradeceu também ao Mário-
- Obrigada Mário, nós não vamos esquecer a tua ajuda. Olha, o meu pai vai ficar agora em casa a repousar, e tu vais avisar o João que faça o que puder, na orientação do trabalho, enquanto o meu pai não vai trabalhar.
- Mário, faz o que a minha filha disse o João, é um empregado competente para orientar o trabalho, faz de conta que sou eu estou lá.
-Mário assim fez. Chegou ao estaleiro e deu as ordens ao João.
-Entretanto em casa do Patrão Augusto, a filha perguntou ao pai: Mas oiça cá meu pai como aconteceu esse acidente?
- À filha são coisas do trabalho, já tem acontecido mais vezes, mas uma rajada de vento é que complicou a situação; e ainda por azar só estava eu e o Mário no estaleiro. Não vamos pensar mais nisso… Olha vai buscar um copo de água, estou com muita sede.
- Sim pai. Quer dizer, afinal o rapaz foi muito útil, parece bom rapaz e bem educado ; o pai tem que ter agora uma atençãozinha com o moço!
- Sim filha, tu já me tinhas falado nisso.
- Coitado ele vem de uma família pobre, tenho pena dele e da sua mãe; parece que ela é que tem sustentado a casa, faz uns serviços para fora, vai ao rio e trata da limpeza das casas.
- Olha, tu vais fazer uma coisa, vais dar a roupa a lavar à mãe do Mário.
- Mas há aqui uma coisa a levar em atenção meu pai, quem costuma lavar a roupa é a sua prima.
- Eu sei, divides o mal pelas aldeias, a minha prima escusa de saber da nossa vida!
- Uma semana depois. O Augusto já estava melhor do braço, e em condições de trabalhar. Ao iniciar o dia e o trabalho aos empregados o Augusto chamou o Mário e disse-lhe: Olha Mário, quando saíres na hora do almoço, diz à tua mãe para ir a minha casa falar com aminha filha; não é nada de cuidado está descansado… Tu agora vais serrar umas madeiras, que eu vou ensinar como deves fazer, mas vais tomar atenção porque eu vou-te explicar da maneira mais simples.
- Assim aconteceu, o Mário naquele momento esquecia os trabalhos que anteriormente tinha feito e que não gostava nada. Mais tarde chegou a hora de almoço.
Ao entrar em casa disse: Boa tarde mãe. Olhe o meu patrão deu-me um recado para si, não me pergunte o que é porque eu não sei, mas não é nada de cuidado, pode ir descansada a casa dele falar com a filha. Depois do almoço vá lá saber a novidade.
Fim do 19º Episódio
J. Balau.
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