O Mário, no seu primeiro dia de trabalho não ficou muito contente.
-Então filho, como foi o teu primeiro dia de trabalho?
- Olhe, nem me fale nisso, é um serviço muito pesado para mim, no primeiro dia fartei-me de trabalhar, nem sinto as costas!…Eu logo vi se fosse coisa boa não era para mim!
- Olha filho, tu na’podes desanimar assim, Hão-de vir dias melhores, o trabalho tem destas coisas!
- Pois tem, mas o patrão logo no primeiro dia castigou-me e bem… Ele tinha lá mais empregados, podia mandar alguem para me ajudar!
- Ta’bém, a mãe compreende a tua razão, mas leva isse com paciência, na’mostres má cara ao patrão, tu está lá para aprenderes uma arte.
- A mãe não estava lá para ver o tamanho das tábuas, eram muito pesadas! Amanha já sei o que vou fazer, ele já me disse quando saí do trabalho; tenho um caixote de pregos usados para endireitar, é trabalho para o dia todo.
- ‘Tás a ver, esse serviço já é mais leve, sentas-te em algum sítio e passas o dia mais descansado!
- Pois passo, e se der uma martelada num dedo…Tá bem tá! O patrão não deixa a gente estar assentado! A mãe não conhece bem o Sr. Augusto!
- Tens que ter paciência filho…Tabém não bem os empregados trabalharem assentados, não é uma arte para ter essa atitude!
- Isso é que a mãe diz…Olhe, um colega meu, deu com o maço numa mão andou a guenir para um lado e para o outro, e o senhor Augusto ainda começou a rir-se do rapaz… Acha bem isto?!
- Olha deixa lá correr as coisas, logo se vê… Eu ta’bém não quero que te tratem mal, mas como ‘tás no princípio, vamos ter agora muita calma!
-Eu vou fazer o possível para que tudo corra bem!… É verdade. a filha dele, é uma boazona, apareceu lá com café para dar ao pai!
- Tem cuidado filho, nunca te metas com ela, pode namorar já com alguém!
Olha vai-te lavar para te dar o jantar, a mãe já bebeu uma tijela com café e uma sardinha assada já ‘tou satisfeita!
- Olha lembra-te,tu ta’bém arriscavas a vida quando andavas ao mar, eu acho que é mais perigoso!
- Eu não não, mas vai ser difícil habituar-me aquele serviço… Oiça cá o que é para o jantar?
- É um comer que tu gostas muito!
- Já sei, mesturadas d’ontem, e para cima lava os pés e deita-te, não é mãe?!
- O que queres tu filho, a vida não está para grandes refeições!
-Ta’bem, agora não se ponha agora a chorar, e a lembrar-se do tempo antigo!
Fim do 11º Episódio
José Balau.
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