10º Episódio – História de vidas.
- Agora o emprego está na decisão do Mário. Francelina tinha conseguido trabalho para o seu filho. Como reagirá ele a esta notícia!?\
- Francelina quando chegou a casa, encontrou o seu filho pensativo.
- ‘Tás aí filho… Olha já consegui falar com o senhor Augusto, quando quiseres podes ir trabalhar, agora vê lá se te portas bem.
- Oiça cá mãe, o que faço eu quando chegar ao estaleiro… Eu na’percebe nada do ofice!
- Pois não, ninguém nasce ensinado, vais aprendendo com o tempo…Quem sabe se tu ainda vens a ser um grande calafate!
- ‘Atão oiça cá, que roupa é que eu levo, na vou p’ra lá com roupa do mar!
- Pois não, a mãe resolve esse problema, o teu pai deixou alguma roupa e eu vou arranjá-la p’ra ti.
-Uma semana depois. Mário, ainda cedo, foi na companhia de sua mãe apresentar-se ao trabalho.
-Bom dia senhor Augusto, aqui ‘tá o meu filho, na’sei se já o conhecia.
- Olá Francelina, já tens um grande homem, que idade tem ele?
- O meu Mário já fez 18 anos… Sai ao pai, Deus o lá tenha muito tempo sem a gente.
- Bom, então vamos lá ao trabalho, agora graças a Deus, há muito serviço.
- Então vou andando, até logo senhor Augusto e muito obrigada mais uma vez… Tem juízo filho, leva isso com paciança, abre os olhos pa’seres um homem amanhã!
- O senhor Augusto acompanhou o Mário até ao primeiro serviço.
- Olha Mário, levas estas madeiras para aquele lado, precisam de apanhar um pouco de sol, estão muito húmidas para se poder trabalhar.
- O Mário obedeceu ao pedido do seu patrão e lá foi transportando cerca de 30 tábuas. No final do serviço sentia-se cansado e sentou-se um pouco para descansar. O patrão ao ver o empregado sentado, não gostou da sua ação e chamou-o à parte.
- Mário, estás mal disposto?
- Na’senhora, estou a descansar um pouco, as tábuas eram muito pesadas e eu na’tou habituado a este serviço.
- Olha, eu não gosto de ver um empregado sentar-se na hora do trabalho, estás a dar um mau exemplo aos outros companheiros.
- Tabém eu levanto-me já, desculpe lá este mau jeito.
- Mário não ficou bem disposto com as palavras do patrão, como era uma nova vida para ele, ficou conformado e continuou ao dispor do seu patrão. Ao fim do dia dirigiu-se a casa. Sua mãe já o esperava ansiosa para saber novidades.
- Então filho como foi o teu primeiro dia de trabalho?
- Olhe, nem me fale nisse, é um serviço muito pesado, no primeiro dia fartei-me de trabalhar, nem sinto as costas; Eu logo vi, se fosse coisa boa não era p’ra mim!.
J. B.
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