Depois de algumas tentativas o pescador mandou puxar o cabo para terra. O Alberto, sabia como fazer as massagens dos primeiros socorros, deitou a criança na areia, e tentou salvar o João. Alguns minutos depois, o pequeno João já respirava. Muita gente correu ao local. O Cabo de Mar também chegava, tomando, imediatamente, conta do caso. Com a sua ajuda e de outros populares, o João foi levado ao hospital. Alberto tinha apanhado o maior susto da sua vida. O pequeno João acabava de entrar no hospital. O médico foi informado do acidente e, desde logo, tomou os cuidados indispensáveis. O Alberto identificou-se como responsável pelo sinistrado. Uma hora depois os resultados clínicos era animadores, o jovem reagia bem ao choque. Enquanto repousava sob vigilância médica, o Alberto preocupado, continuava na sala à espera do momento da alta do João. Depois de alguns de alguns passos, entrava na Igreja de Nossa senhora da Nazaré; olhou para o altar da Imagem, e foi andando até perto dela. Algumas lágrimas caíram do seu rosto. Silenciosamente, ia pedindo à Virgem que livrasse do perigo o seu amigo.
Alberto – Senhora da Nazaré, hoje estou aqui com o coração muito triste, pede ao teu Filho Jesus Cristo, que devolva a saúde e a alegria ao João. Considero-me culpado por este acidente, peço-te que escutais a minha prece Virgem Santa.
O Alberto, depois de uma pequena oração, retirou-se, voltando para o hospital. Entretanto, ouviu uma voz:
Elvira – Senhor Alberto, senhor Alberto... O meu filho, onde está o meu filho?
O Alberto abraçou a Elvira, tranquilizando-a.
Alberto – Elvira, está tudo bem. Eu tive alguma culpa, peço-te perdão. Fui um pouco descuidado mas vai correr tudo bem!
Elvira – Ai senhor Alberto, mas eu queria ver o meu filho, o meu querido menino!
Mas como sabe o senhor, que o João está bem?
Alberto – Eu saí há pouco do hospital para vir à igreja fazer uma oração. Agora vamos entrar e esperar pelos acontecimentos, pedimos a Deus, que nos ajude nesta aflição!
-Alguma minutos depois, entrava na sala de espera uma enfermeira, questionando os presentes:
Enfermeira – O senhor é o responsável pela criança?
Alberto – Sim, sim…Nas está aqui a sua mãe!
Enfermeira – Então, dentro de pouco tempo, ele vai sair do hospital. Está fora de perigo e, entretanto aconselho-o arranjar transporte.
Ao acabar de ouvir a enfermeira, Elvira deu um salto de alívio. Alberto, compreendendo a sua ansiedade, acariciou-a para que ela ficasse calma.
Alberto – Elvira, enquanto eu vou buscar o carro, vai à igreja e agradece a Nossa Senhora, esta grande bênção que Ela nos ofertou. Acende três velas no seu altar e espera por mim.
Duas horas depois, o João saía do hospital, e embora um pouco abatido, já descansava na sua cama. A senhora Constância só soube do caso horas depois, escondendo um pouco a verdade para não se enervar.
No começo da noite já a ceia ia avançada quando o Alberto questionou a Elvira:
Aberto – Mas, afinal como soubeste tu do acidente?
Elvira – Quando eu me dirigia ao estabelecimento encontrei a nossa vizinha, a Augusta vinha avisar-me do acidente. Ela presenciou tudo, estava a ajudar a puxar a rede. Eu corri logo para o hospital sem avisar a sua mãe.
Alberto – Fizeste bem Elvira, a minha mãe gosta muito do teu filho e, como viste, quando ela soube do sucedido não deixou de largar a sua lágrima.
Elvira – Olha, mais uma vez, quero - te pedir desculpa pelo acidente. Sabes que o João é muito esperto e quando ele viu os outros rapazes a apanharem os peixes vivos, ele entusiasmou-se e eu não reparando no perigo, veio uma onda maior e ele foi levado. Graças ao pescador que foi muito corajoso e salvou-o da morte. A propósito, tenho que saber o nome do pescador para lhe agradecer, e daqui alguns dias, vou falar com o Comandante da Capitania para lhe dar um louvor.
Elvira – Concordo com o senhor Alberto, eu agora já estou mais aliviada não esteja preocupada comigo, eu entendo muito bem a preocupação.
Uma semana depois, o João já brincava normalmente. A senhora Constância também recuperava dos seus ferimentos. A meio da tarde, Elvira recebe uma visita, a sua amiga Rosa.
Rosa – Então, como tens passado, os doentes como estão?
Elvira – Vão bem, o João está a brincar na sala e a senhora Constância está a recuperar bem, mas amanhã vai levantar-se um pouco.
Rosa – Olha, passei aqui para te contar um sonho que eu tive esta noite.
Elvira – Olha, se é mau não contes nada, estou saturada com tantas tragédias.
Rosa - Realmente, é verdade, a tua vida fazia um romance mas, este meu sonho traz - te boas notícias. Vi hoje o teu casamento com o Alberto, tu ias muito bonita e o teu noivo muito bem vestido. O órgão parecia encher a igreja com a sua música, foi lindo Elvira… Eu não pude deixar de te dizer, olha desculpa mas eu tive que vir contar - te.
Elvira – Rosa, eu não estou muito entusiasmada com o pedido de casamento com o Alberto. mas não sei porquê, parece que adivinho mais uma tragédia na minha vida.
Rosa – Tu não podes pensar assim Elvira, tu tens um filho para criares, é um encargo muito grande para ti e não sabes o futuro. Hoje estás bem, e o amanhã?
Fim do 9º Episódio
J.Balau
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