segunda-feira, 17 de outubro de 2011

10º e último Episódio da história–A CRIADA

Rosa – Tu não podes pensar assim Elvira, tu tens um filho para criares, é um encargo muito grande para ti, e não sabes o futuro. Hoje estás bem, e o amanhã?

Olha, se isto fosse comigo não olhava para trás! Tu dizes que o Alberto gosta de ti e do teu filho, que mais queres tu Elvira! E ainda mais, a velhota também está do teu lado que é muito importante!

Olha Elvira, eu falo assim porque gostava que encontrasses a tua felicidade depois da tanta tristeza, também mereces um pouco de felicidade!

Elvira, ao ouvir a sua amiga, ficou muito comovida, estas palavras eram como que se apanhasse um abanão no seu pensamento.

Elvira – Rosa, eu agradeço de todo o meu coração a tua amizade e essas tuas palavras mas, prometo que neste fim de semana eu vou pensar, e falar com o Alberto.

Rosa – Força Elvira, não deixes fugir o pássaro que tens na mão. Desculpa, mas agora tenho de ir, espero que me dês em breve boas notícias!

A Elvira meditou nas palavras da sua amiga.

Elvira – É verdade, a Rosa tem razão, eu tenho sido uma parva, não vou deixar perder esta oportunidade.

Chegou ao fim de semana. O Alberto chegava de mais uma viagem. A Elvira abriu a porta.

.Elvira – Olá senhor Alberto, boa tarde! Hoje está tudo bem, a senhora sua mãe já se levantou. Encontra-se assentada no cadeirão e o meu filho está a brincar com os amigos, aí no largo.

Alberto – Boa tarde Elvira! Tu hoje, adiantas-te à minha pergunta habitual. Ainda bem, está tudo a correr lindamente.

Elvira – Adiantei-me, para o senhor saber as novidades mais depressa. Deixe as malas que eu levo.

O Alberto achou estranho o procedimento da criada, realmente, notava-se algo de diferente: alegre, despachada, enfim, outra mulher. Pouco depois, chega a hora almoço. Na mesa fumegava a terrina da sopa e, como hábito, todos rezavam uma oração antes de comer. Constância, a seguir, fez um elogio à Elvira.

Constância – Mas que sopa tão deliciosa, estou a adorar!

O Alberto e o João partilhavam da mesma opinião, enquanto a Elvira respondia com um sorriso. Ao fim da tarde, Constância repousava no seu quarto. Elvira, aproveitando o silêncio em casa, dirigiu-se à sala onde o Alberto gastava o tempo na leitura de um livro.

Elvira –Senhor Alberto, se me desse licença, precisava de dirigir-lhe uma palavrinha.

Alberto – Fala mulher, não tenhas vergonha!

Elvira – Eu tenho pensado muito na sua proposta de casamento, não sei se ainda está interessado?

Alberto – Sim, sim, podes continuar a falar!

Elvira – Depois de tanta tragédia na minha vida, agradeço o carinho que me tem  dado a mim e ao meu filho. O João é a minha maior preocupação. Se o senhor Alberto ainda gosta de mim, estou disposta a casar com o senhor consigo. Eu prometo que serei uma boa esposa e uma boa amiga de sua mãe.

Alberto – Elvira, estas simples palavras que me estás a dirigir, foram para mim, as mais belas que jamais ouvi. Fico muito contente com a tua decisão, e juro que farei de ti, uma verdadeira senhora, e o teu filho encontrará um bom amigo, para o educar para ser um homem para o amanhã. Dá-me um beijo para selarmos esta decisão?

A Constância acabava de entrar na sala, reparando ainda na cena amorosa.

Constância – Posso entrar ou volto mais tarde?

Alberto – Entre, entre minha mãe. Chegue aqui por favor, sabe que notícia eu recebi agora da Elvira!

Constância – Pela alegria que eu vejo nos vossos rostos, não pode ser outra coisa senão!...

Alberto – O nosso casamento, vamos casar!

Constância – Se vocês soubessem, a alegria que vai dentro de mim! Elvira, dá-me um grande beijo, eu fui sempre tua amiga.

Alberto – A partir de agora, vai haver nova vida nesta casa!

Constância e Elvira abraçaram-se comovidas. A notícia fez mexer os dialogantes, e não tardava os diálogos para os preparativos da cerimónia. O Alberto queria uma festa simples. A Elvira, por sua vez, convidou a sua amiga Rosa para madrinha e o António Pescador, o herói que salvou o João, para padrinho.

Um mês depois, chegou o dia do casamento, numa tarde bonita de Outubro, na Igreja de Nossa Senhora da Nazaré. A Constância acompanhou a noiva ao Altar, a Rosa a madrinha, apreciava a cena como antes tinha sonhado. O Alberto transbordava de alegria ao lado dos padrinhos. O António Pescador também estava muito contente, não esquecia o gesto simpático, que os noivos tiveram para com ele. O João, sorridente, parecia adivinhar o futuro.E assim todos partilhavam um grande dia de festa que continuou até ao fim da boda. Dois anos depois, a Elvira dava à luz uma linda menina. O Alberto continuava no Exército, colecionando louvores após louvores, chegando a Capitão.

A Constância, apesar da sua idade avançada, passava o resto do dia muito feliz. Todos continuavam felizes no dia a dia até chegar o chamamento de Deus.

Fim da História

José Balau.

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