História do Sacristão –18º Episódio
Júlia escolheu uma das suas melhores amigas para pedir um conselho sobre a proposta do Francisco, a mulher eleita foi a Rosa.
Algum tempo depois:
Júlia - Pois foi assim Rosa, eu ‘tava longe de pensar um caso destes, voltar a casar!
Rosa - Eu andava adivinhar ólguma coisa... Tu nã’ te lembras noutre dia dizer-te se tinhas confiança c’o sacristão p’ó beijares na cara?!
O qu’eu digo há entre vocês qualquer coisa que vos faz aproximar. Olh’à Júl’a, s’isse fosse comigo eu acê’tava, acho-o um homem educade e organizade. Tu já tivetes um desastre na vida!...Olha, agora pode ser uma boa recompensa!
Júlia - Eu ta’bém já pensei nisse mas nã’ sê o que fazer! S’ó menos já tivesse feito três anos de viúva ‘inda vá lá!
Rosa - Ó melher nã’ ligues o qu’os outros pensam faz a tu vida e pronte. Mas tu ‘tás a pensar casar ó a juntar-te com ele?
Júlia - Juntar não, s’ele vier com essas ideias nada feito!
Uma semana depois Júlia tinha resolvido dar uma resposta ao Francisco. O diálogo à porta da igreja prolongou-se, a resposta da Júlia era positiva para o Francisco mas havia algumas exigências da sua parte.
Júlia - Olha Francisco, eu aceito o tê pedide mas exige casamento e só daqui a quatro meses, antes desta data nã’ceito.
Francisco – ‘Tá bem Júlia nem sabes a alegria que me dás com essa resposta. A nossa união vai ser normal, os mê’s bens serão ta’bém teus, nã tenh’intenção de te prejudicar em nada.
Depois de um longo diálogo e o acerto das ideias de cada um, foi marcado o dia do casamento no Registo Civil.
Dias depois, Francisco dava conhecimento do seu casamento ao prior.
Prior - Muito me contas ó Francisco, estou admirado com essa tua decisão mas se é por bem seja feita à tua vontade. Os dois são viúvos e casados pela igreja, já não posso dar-vos a bênção da nova união mas, como tens sido um homem prestável à igreja, Deus também te vai ajudar.
Depois de quatro meses chegava o dia da cerimónia no Registo Civil, com algumas amigos convidados realizou-se uma cerimónia simples. Francisco tinha agora uma vida mais tranquila com mais tempo disponível para cumprir com mais rigor os seus compromissos. Júlia rapidamente adaptou-se à nova vida depois de alguma prática conseguida na agricultura, Francisco tinha agora uma auxiliar.
Meses depois, Júlia já vendia no mercado os produtos que a terra dava com o esforço despendido ao longo de horas de trabalho. Francisco também não se esquecera dos seus amigos pescadores, sempre que podia na companhia de Júlia lá estavam a ajudar na alaguem as redes do arrasto, uma das artes que o Francisco sempre gostara. Deste modo, Francisco e Júlia viviam felizes o dia-a-dia.
Aqui fica a história de homem católico, que lutou não só por si, mas também pelos outros. Era bom que nos dias de hoje acontecessem exemplos como este.O amor pelo próximo.
J. B.
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