Maria da Nazaré, 3º Episódio
-Entretanto, como ninguém se tinha manifestado do acidente, Joaquim pediu segredo ao Pedro, era melhor aguardar os acontecimentos com calma. Pedro, agradeceu a informação ficando a compreender a ausência do Mário naquele momento.
De facto o agredido não tinha saído de casa, porque o seu rosto estava ligado para proteger o nariz.
A Rosa, esposa de Mário, estava bastante revoltada, e por isso queria encontrar a Maria da Nazaré para lhe pedir explicações sobre agressão ao seu marido, mas este não consentiu.
Quinze dias depois. Maria da Nazaré encontrou o Joaquim na rua onde morava; depois de um pequeno diálogo a jovem disse: Jô’quim, o teu filho é muito engraçado e esperto… olha ali a maneira como ele brinca com o carrinho! Mas como ele corre muito! Tens que ter cuidado com ele, qualquer dia aleija-se!
O Joaquim, ficou contente pelo elogio de Maria ao seu filho, agradecendo-lhe o conselho, mas o seu interesse por ela começava aumentar; além de ser viúvo, ainda não tinha perdido a esperança de voltar a casar.
Pouco depois. Joaquim entrou em casa e começou a pensar na sua vida, pois tinha um grande problema para resolver; o seu filho, estava a crescer e a pessoa mais chegada na família que ele tinha, era a sua tia, que nem sempre estava disponível para cuidar do garoto.
Uma semana depois. Enquanto os companheiros esperavam na praia a hora de puxar a rede, com a presença de algumas mulheres, Maria da Nazaré brincava com o filho do Joaquim, mas alguém vigiava esta brincadeira; era o pai do garoto, olhava com atenção todos os movimentos do seu filho e de Maria, sentindo ele grande satisfação ao ver o carinho, que a jovem oferecia na brincadeira. Quando o garoto se afastou de Maria, o Joaquim aproximou-se da jovem dizendo-lhe: Maria, com todo o respeito que eu tenho por ti, gostava de te dar uma palavrinha. Maria, ficou surpreendida e disse: - Mas o que tens pa’me dizeres… nem faço ideia!
(Joaquim um pouco envergonhado continuou.) Como sabes, eu já estou há três anos viúvo, e vejo que tenho necessidade de procurar uma companheira. Tenho uma vida muito ocupada com o trabalho, nem sempre posso cuidar do meu filho. Olha, podes achar muito estranho,
mas eu gosto muito de ti, conheço o suficiente, para te escolher, e seres a futura mãe do meu filho. -Maria da Nazaré ficou sem fala.
Ao mesmo tempo o mestre fez sinal aos companheiros para puxar a rede.
Pouco depois. Os pescadores no início da rede viram o carapau emalhado, era uma indicação que a rede trazia uma boa quantidade de peixe. O saco vinha cheio. O carapau saltava dentro da rede, na esperança a fuga, mas não agora restava retirá-lo para ser vendido na lota. O Joaquim e a Maria da Nazaré formaram um duo para transportar o chalavar- (Saco de rede com arco na boca ) -com a ajuda de uma vara. A jovem Maria estava radiante nunca tinha visto tanto peixe na sua vida; mas durante o percurso até à lota o Joaquim lá ia lembrando a Maria: Não te esqueças da conversa que tivemos… Não chegaste a responder Maria… Olha que sou homem para também te fazer feliz… T’anhe uma casinha e alguma coisa de meu!.
Fim do 3º Episódio. J. B
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