História - Maria da Nazaré

Maria da Nazaré 4º Episódio.

- Maria enquanto carregava o peixe para a lota, ia pensando no pedido do Joaquim.

Olha jô’quim, tens que me dar tempo pa’pensar, eu ainda sou muito nova, na’ leves a mal dá-me algum tempo!

-Tá’bem, eu espero o tempo que quiseres… mas é pena, tenho o enxoval todo da ‘nha falecida, nem precisavas de comprar muita coisa!

Entretanto, Maria carrega com o chalavar ao ombro pouco depois, acusou algum cansaço, e por isso, estava com pouca vontade de falar, mas mesmo assim, lá foi dizendo: - Olha Jô’quim ,tu tens que ter calma, estes casos têm que ser bem pensados; na’te esqueças que tu já tens um filho… Olha, eu tenho que pensar bem, e se eu resolver aceitar o tu desejo, tenho depois falar com os meus pais, eu não sei se eles vão aceitar, percebes?

- Deixa lá agora esta conversa Maria, vamos ver se a gente chega à lota com o peixe, Já somos os últimos, e o peixe pode perder valor!

- Duas horas depois, todo o trabalho estava terminado, os trabalhadores que ajudaram a puxar a rede, receberam uma boa recompensa.

Dois dias depois. Maria da Nazaré pegando no pedido do Joaquim, pediu um conselho à sua mãe.

- À mãe, eu preciso de falar consigo, sobre um assunto muito sério!

- Mas o que se trata filha… Diz lá então, sou toda de ouvidos!

- Olhe mãe, o Jô’quim o viúvo, que mora ao cimo da rua, ‘tá ver quem é?

- Sim conheço bem o rapaz.

- É assim: Ele à dias segundo eu penso, deu-me a entender que gosta muito de mim, e até andava a pensar já algum tempo falar comigo. Olhe, você já percebeu mais ó menos, onde eu quere chegar na’tá!?

- À filha, a mãe ainda na’percebeu patavina desta conversa, explica-te melhor!

- ‘Atão, vou direita ao assunto… Pu’falar dele, ele quer que eu case com ele , prontes aí tem já a conversa toda!

-Virgínia ficou admirada coma novidade e adiantou: - Mas ouve cá, tu já pensaste bem nesse desejo… e no estado em que ele ‘tá!... Já tem um filho, é viúvo, e tu vais aturar o filho d’outra mulher?

Coitada da infeliz, que Deus já lá tem, e na’tem culpa nenhuma! Mas olha filha, de certeza que o tê’pai na’te vai dar óvides a esse pedido… Eu até, na’tanhe nada contra o rapaz… Até ache uma boa pessoa, mas casar com um homem, que leva consigo um filho,olha na’sei,na’sei!

- Maria escutava a sua mãe muito nervosa, mas continuou a dialogo.

Mãe, oiça por favor, você parece que na’percebeu o que eu lhe disse… como mãe que é, deve entender estas coisas melhor que o pai… Eu já sei o que ele me vai dizer!

-Virgínia silenciou um pouco a sua resposta, mas ela tinha que saber o verdadeiro interesse do Joaquim pela sua filha; seria mesmo amor, ou algo diferente?

- Maria, ouve cá, vamos lá ver ‘ma coisa… Tu ainda na’me disseste tabém se gosta do rapaz pa’casar, ou se é pa’seres companheira dele, até que o filho cresca! Se calhar quando o menino já for um homenzinho, ele manda-te à fava!

-Maria, baixou a cabeça e ficou sem resposta.

Fim do 4º Episódio. J. B.