segunda-feira, 16 de maio de 2011

História de Maria da Nazaré

2º Episódio

«Depois da agressão da jovem Maria ao pescador Mário.»

Entretanto os jovens presentes, com o desagradável acidente, desta vez perderam a boa disposição, enquanto a Maria caminhava com toda a naturalidade. Um pouco mais afastado estava a presenciar esta cena, o pescador Joaquim, viúvo, trinta anos de idade, não querendo entrar directamente no caso, ele exprimiu a sua revolta ao seu companheiro de trabalho, João, que estava a seu lado: - S’aquela rapariga fosse da’nha fami’la já ‘tava armada na praia! Aquele sacana, mereceu uma resposta daquelas… a moça ia no caminho dela, na’tinha nada que a provocar! Talvez um dia se lixe!

Tabém te digo ma’coisa à João se o pai dela só’ber disto vai ser uma carga de trabalhos!

Estas coisas, dão-me cá ‘ma revolta ó est’amague que na’qe’ras saber! E agora por falar da barriga, tanhe qu’ir procurar o mê’filhe pa’ir almoçar… Ainda tanhe quir fazê-lo. É a vida dum viúvo! Eu agora, é que sei dar valor a uma mulher na nossa companhia!

Entretanto, o agredido, o Mário, tinha-se dirigido à farmácia para receber os primeiros socorros. Os amigos que o acompanharam, insistiam para que ele apresentasse a queixa no Posto da Guarda contra a agressora mas, esta atitude não tinha a sua concordância, pois ele reconhecera mais tarde que também tinha culpa, por esta razão estava disposto a perdoar.

Maria da Nazaré, quando chegou a casa, deu conhecimento do acidenta à sua mãe, a Virgínia, e para que o seu pai não viesse a saber, pediu-lhe segredo absoluto.

Virgínia, não concordava com tal pedido, mas a sua filha apresentou uma razão muito importante: - O rapaz estava matriculado na mesma empresa com o seu pai; e para que não houvesse algum conflito desagradável, era preferível ficar tudo em segredo.

No dia seguinte, o Joaquim encontrava-se à porta de sua casa a fazer um brinquedo para o seu filho, um carro de rodas de cortiça para empurrar com um pedaço de cana. A criança tinha seis anos de idade.

Maria da Nazaré também morava na mesma rua. Um dia, ao cruzar-se com o Joaquim, saudou-o e continuou o seu caminho. O viúvo Joaquim, olhou para a jovem com o pensamento de cobiça, e conclui: - «É pá, esta moça é mesmo linda!»

Um pouco mais adiante, o Joaquim entregou o brinquedo ao seu filho, ficando este a brincar ao cuidado de sua tia sua vizinha.

Entretanto na praia, as artes de pesca desenvolviam-se no seu ritmo normal. O Joaquim aproximou-se da embarcação para saber ordens do seu mestre. Depois de algum tempo, a tripulação estava reunida à excepção do Mário, no qual ficara em casa recomponde-se da agressão que tinha recebido de Maria.

O mestre Venâncio, depois do diálogo com os companheiros, deu ordens para iniciar a preparação das redes, na embarcação. Pouco depois o Joaquim aproximou-se do pai de Maria da Nazaré, o Pedro, chamou-o para o lugar isolado, e disse-lhe o que se tinha passado entre o Mário e a jovem Maria. OPedro,ficou surpreendido com a notícia, e lamentou de não ter conhecimento do acidente.

Fim do 2º Episódio. J.B.

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