Maria da Nazaré
1º Episódio
Nazaré,1960. Numa linda manhã de Junho, na praia, o constante movimento natural da faina da pesca, dava um certo gozo ao turista, que por vezes tinha necessidade de correr, para não perder as belas imagens, tais eram as surpresas que lhe iam surgindo, mesmo à beirinha do mar.
Barcos partindo para a pesca, outros de regresso da faina, era uma azafama constante principalmente entre os pescadores, no interesse de não perderem a melhor maré.
As peixeiras, tratavam o peixe para vender nos arredores da vila; a garotada esperava por uma recompensa pelo seu contributo na ajuda ao pescador. Era vê-los quando quando recebiam uma pequena quantidade de peixe, enfiavam um cordel saindo pela boca do peixe, e pouco depois estava uma enfiada pronta, para vender às peixeiras pela melhor oferta.
Para o turista, que observava pela primeira vez todo este movimento destas vidas tão forçadas, poderia pensar: « Mas que cenas tão reais e belas, que esta gente tão simples nos apresenta!»
Só que, não são cenas de teatro, estas são de uma vida dura, sacrifício e dor, onde só o pescador, por ser pobre, tem necessidade de o fazer.
Mas a história desta gente continuava noutros lugares. A Maria da Nazaré, era filha de um casal pobre, que vivia do que o mar lhe oferecia. Quiz o destino que a jovem fosse muito bonita.
As dezoito Primaveras, floriam em todo o seu corpo. A sua graciosidade encantava os rapazes mais namoradeiros, e por vezes lhe dirigiam algumas palavras elogiosas.
Maria da Nazaré, sempre com o seu sorriso natural, continuava a caminhar naturalmente mas, a sua resposta para os mais atrevidos, estava sempre na sua língua: « Na'querias mais nada!... A'limpós »
Os rapazes, conhecendo já algum tempo a resposta da jovem, achavam-lhe graça comentando com ironia.
Certo dia, do mesmo grupo de rapazes, ao ver passar a Maria da Nazaré, um deles aproximou-se dela e disse-lhe: -« Ai se eu na'fosse casado!.» A jovem fixou o rapaz e calmamente disse-lhe:- Olha, se fosses casado já na'casavas! «Palavras ditas e o costal que transportava à cabeça, foi direitinho ao rosto do rapaz, que o fez sangrar no nariz com alguma gravidade.
Brevemente, não perca o 2º Episódio
Sem comentários:
Enviar um comentário