20 º
Episódio – Nazaré. Velhos Lobos do Mar.
- À Maria,
deixa lá agora essa conversa, vai ver se vendes as inguias!
Olha, se quiseres vender juntas vai ‘ós alquinadores. Na te esqueças da Ti’Maria Ferreira quela gosta daquile qué bom. É verdade tira as inguias mais maneirinhas pá gente fritar, pa três ó quatre refêções; po tempe taí ninguém põe os pés no mar. Hoje tivemes ‘ma boa maré, amanhã pode já na’haver nada.
Que Deus Nosse Senhor, ajude todes aqueles que fazem pa’vida, todes precisemes… O mar chega bem pa’ nossa gente, mas é precise é que vanha uma boa maré de sorte.
À Maria, parece que ‘tás com pouca vontade… Vai vender as inguias antes c’alguma esperta vai adiante de ti!
- Tans rezão à Tonhe, ‘tás a falar bem. Olha eu leve ‘ma bacia delas pa’verem e digue a quem quiser queu tanhe mais em casa; pode ser que faça uma venda por junte.
- Finalmente, a bacia era tapada com um avental amarrado, para as enguias não saírem, e nem ninguém dar fé. Pouco depois, Maria foi em direção ao armazém da Ti’Maria Ferreira; mulher de grandes negócios; uma ruiva sardenta, viuvou muito nova interessante, que nunca deixou o seu traje de negro, até que a morte a levou já idade avançada -
Olha, se quiseres vender juntas vai ‘ós alquinadores. Na te esqueças da Ti’Maria Ferreira quela gosta daquile qué bom. É verdade tira as inguias mais maneirinhas pá gente fritar, pa três ó quatre refêções; po tempe taí ninguém põe os pés no mar. Hoje tivemes ‘ma boa maré, amanhã pode já na’haver nada.
Que Deus Nosse Senhor, ajude todes aqueles que fazem pa’vida, todes precisemes… O mar chega bem pa’ nossa gente, mas é precise é que vanha uma boa maré de sorte.
À Maria, parece que ‘tás com pouca vontade… Vai vender as inguias antes c’alguma esperta vai adiante de ti!
- Tans rezão à Tonhe, ‘tás a falar bem. Olha eu leve ‘ma bacia delas pa’verem e digue a quem quiser queu tanhe mais em casa; pode ser que faça uma venda por junte.
- Finalmente, a bacia era tapada com um avental amarrado, para as enguias não saírem, e nem ninguém dar fé. Pouco depois, Maria foi em direção ao armazém da Ti’Maria Ferreira; mulher de grandes negócios; uma ruiva sardenta, viuvou muito nova interessante, que nunca deixou o seu traje de negro, até que a morte a levou já idade avançada -
(Entretanto a Maria foi ao encontro
da Maria Ferreira no armazém)
- Olha calha
bem ‘táli ela. À Ti’Maria, veja aqui esta lindeza queu tanhe aqui!
- Eia!... Encheram hoje o saco!
- À te rica Maria, iste aqui pa’gente, tanhe estas na bacia mas em casa tanhe mais quatro cheinhas… O mê Tonhe, apanhou este temporal tode na lagoa… A’quase ia po’ri’abaixe; iste é tude muite bonite, mas o pior é o mais mau!...
- Eia!... Encheram hoje o saco!
- À te rica Maria, iste aqui pa’gente, tanhe estas na bacia mas em casa tanhe mais quatro cheinhas… O mê Tonhe, apanhou este temporal tode na lagoa… A’quase ia po’ri’abaixe; iste é tude muite bonite, mas o pior é o mais mau!...
- Bem
criatura. Afinal quanto queres tu por
todas? Quer dezer, as outras não estou a vê-las mas se tu dizes que é igual a
esta bacia, vamos lá fazer negócio.
- Pois é na’sei avaliar… Olhe: Eu vou
acartá-las p’aqui e vomeçê logue vê.
- Assim aconteceu. Maria regressou a
sua casa e informou o seu marido, caté tinha dito ‘ma coisa muito feia; que Deus
lhe perdoasse mas até tinha dito, que ele ia indo pelo rio abaixo –
- O João ouviu o diálogo de sua mãe e
ficou em silêncio, mas na se conteve e disse: - Oiça mãe, na sei a qual sante é que
temes c’agradecer, mas vomeçê, na’mentiu. Foi um anje que me levou ontem
procurar o pai naquele momento.
Fim do 20º Episódio
M. Francelina e J. Balau.
Fim do 20º Episódio
M. Francelina e J. Balau.
Sem comentários:
Enviar um comentário