15º Episódio – Nazaré. Velhos Lobos do Mar
- Alberto disse :- À Ti’Ana, cá per’mim nem pão nem áuga lhe dava… Ele tem que trabalhar.
Lá anda a triste melher arrastada, pa’ele comer pão todos dias; na’ há ninguém que na’t’anha pena dela! Mas olhe, co’filhe vai po’mesme caminhe!.. Filhe de má raça na’ tem bom exemple!
Dizem ca’ irmã dela a Maria, é que a tem ajudade; mas a nega do mar caí’ tem’tade, quem dá na’pode dar sempre!
Lá anda a triste melher arrastada, pa’ele comer pão todos dias; na’ há ninguém que na’t’anha pena dela! Mas olhe, co’filhe vai po’mesme caminhe!.. Filhe de má raça na’ tem bom exemple!
Dizem ca’ irmã dela a Maria, é que a tem ajudade; mas a nega do mar caí’ tem’tade, quem dá na’pode dar sempre!
- À porta da taberna apareceu a Maria, melher do Ti’Tonhe que perguntou: - À Ti’Ana o mê Tonhe na’veie aqui?
- À miga hoje não. O teu homem não é pessoa de fazer sala!
- Á Ti’Ana obrigadinha, eu sê quem tanhe em casa, Graças a Deus e à nossa Virgem Mãe!
Tanhe quir à caça dele.
Tanhe quir à caça dele.
- Alberto disse: - O qué que se passará, pa’ela vir a esta hora à procura do homem!
- Na’face idéa à migue…Mas iste trás auga no bique,hummmmm!
- Maria não foi procurar o Ti’Tonho foi para sua casa. Virgínia estava à sua espera –
- Donde vans tu Maria?
- Olha, fui à procura do mê Tonhe, mas na’o vi, ‘tava a pinsar quele ‘tava na taberna da Ti’Ana mas não, ela disse que na’passou por lá. Corri c’os olhes à frente do mar toda, nem vi v’alma!... Iste mana, quem na’aproveita trabalhar enquanto é Verão, o Inverne na’dá pão a ninguém.
A nossa terra ‘tá mesme na miséra, há aqui casas que ‘tá tude deitade. – Corpe deitade ó’gueta muita fome. Agora ‘tom ralada, pa’onde é co’ mê homem foi!
Mas olha: - Na’ fiques à espera, quêle caia mais olguma vez nos teus pedides, que foi pá via de ti quele me tirou o poder tode, agora ande eu, c’alzebêra cheia d’ar… E fica já sabende, casa que na’há pão todes ralhem sem rezão… Vê lá tu ele até me disse qu’eu ia no tê rol!
A nossa terra ‘tá mesme na miséra, há aqui casas que ‘tá tude deitade. – Corpe deitade ó’gueta muita fome. Agora ‘tom ralada, pa’onde é co’ mê homem foi!
Mas olha: - Na’ fiques à espera, quêle caia mais olguma vez nos teus pedides, que foi pá via de ti quele me tirou o poder tode, agora ande eu, c’alzebêra cheia d’ar… E fica já sabende, casa que na’há pão todes ralhem sem rezão… Vê lá tu ele até me disse qu’eu ia no tê rol!
- Mas o que tem o mê rol ‘pariga?
- Atão na’é… É rol de gente sem gueverne!
- E olha cá carague, eu tanhe a culpa dele na’trabalhar!
- E olha cá carague, eu tanhe a culpa dele na’trabalhar!
-Tans sim senhora!... Eu ta’mém gostava de ‘tar na cama co’mê Tonhe, mas ele é um homem de trabalhe; e eu tanhe muite orgulhe nele… Mas tu se desses um ‘insine ó malandre que casou contigúe, agora na’andavas tu em aflições, nem eu já tinha passade p’as chatices que já passei!... Olha, tom olhar p’aquele cant’e já sei onde é quele foi… Na ‘táli o aparelho,foi p’ás inguias… Na’há pai p’ó mê Tonhe à reparigaaaaa!
- Pobre de mim, que sô ‘ma triste c’ande aqui… Inda bem melher, que t’ans um homem com coragem pa’governar a vossa vida; és minha irmã na’poss’e levar a mal, essa tua felicidade, mas além de me teres ajudade nas minhas necessidades, podias tamém ser sincera comigue!
- ‘Inda mais sincera catane…mas ‘inda tans dúvedas disse Vergina?!
Fim do Episódio
M. Francelina e J. Balau.
M. Francelina e J. Balau.
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