52º Episódio
– O Filho do Pescador
Carolina
– À Mariana, tu na’achas estranhe o teu namorad'e na’se interessar pelo
casamente… ele na-te diz nada?
Mariana
– À mãe, por acaso não, ele só me tem dite que temes que marcar o dia e pouco
mais!
Ele
ontem disse-me assim: olha Maria, já pedi à minha patroa três dias de folga, pa' ir à minha casa apresentar-te aos meus pais.
Carolina
– Atão, e tu vais sozinha?
Mariana – O que acha você mãe… também quere conhecer a famil’a dele!... Algumas pessoas já têm dite que não acham bem, eu casar sem primeire conhecer a famil’a dele!
Mariana – O que acha você mãe… também quere conhecer a famil’a dele!... Algumas pessoas já têm dite que não acham bem, eu casar sem primeire conhecer a famil’a dele!
Carolina
– Isse também é verdade… Mas ouve cá, eu podia ir contigúe… na’vá acontecer
alguma coisa; que dizes tu!?
Mariana – Não é preciso mãe, eu já sou uma melher, sei muite bem defender-me!
Mariana – Não é preciso mãe, eu já sou uma melher, sei muite bem defender-me!
Carolina
– Tu é que sabes filha, eu poucas vezes tanhe falade com elo rapaz, parece na’ser mau,
mas nunca fiar filha!
-( Entretanto entrava o mês de Junho,
com os dias muito quentes. Os pescadores apressavam os passos no areal, fugindo
assim ao calor. Na lota, organizavam a venda do peixe com
abundância. O Augusto pouco depois, entrava em casa um pouco cansado)
Augusto – À Maria estou bastante cansado, na’posse cas’pernas... Mas Graças a Deus ganhamos alguma coisa de gê’te, tem havide bastante pê’xe!
Augusto – À Maria estou bastante cansado, na’posse cas’pernas... Mas Graças a Deus ganhamos alguma coisa de gê’te, tem havide bastante pê’xe!
Maria
– ‘Inda bem à mê’pai… Oiça cá, vossemecê nunca mais foi ó mar ca’sua
lancha!...Olhe, já me ‘tava a esquecer de dizer: encontrei o Ti’Francique à
bocade e perguntei pa’melher dele, ‘tá melhorzinha, desde que foi ó medeque tem
passade bem!
Augusto
– ‘Tás a ver Maria, aquela criatura morria em casa só pa’na’ir ó mede'que, ela
tem muita vergonha… Eu quande falei com o homem dela percebi logue, que naquela
casa só tinha áug'a nos cantares… Olha ‘tou mesme contente, tanhe muita pena
daquela famil’a; bem basta na’terem ninguém que os ajude… É ma’miser’a!
Maria
– À mê’pai eu ‘tou-me a lembrar, que podia comprar algumas coisas de aliment'e, e
levar a casa do Ti’Francisco.
Augusto – Olha bôa id’e’a, faz isse filha, o homem nem tem ide ó mar só pa’tratar da infeliz… vai já hoje e diz ó Francisque qu’a gente deseja as melhoras da m’elher.
Augusto – Olha bôa id’e’a, faz isse filha, o homem nem tem ide ó mar só pa’tratar da infeliz… vai já hoje e diz ó Francisque qu’a gente deseja as melhoras da m’elher.
Maria
– À mê’pai, o nosse almoço já ‘tá pronte, e o Manuel deve ‘tar a chegar, ele
tem tide muito trabalho, até tem feito serão todos os dias!
Ele
disse-me ontem, que vai pedir ao chefe uma semana de férias, pa’ tratar das
coisas do casament’e. O padre até já marcou o dia.
Fim
do 52º Episódio.
J.Balau.
J.Balau.
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