domingo, 1 de maio de 2016

40º Episódio O Filho do Pescador

40º Episódio

Augusto – Já viste Francisco, agora que estamos ancorados é que o vento aparece!
Francisco – Já na’tou a gostar muito do tempo, às vezes estas aragens geram-se em fortes nortadas… Parece que viemos no dia errado!
( O Augusto e o seu companheiro iniciaram a pesca à linha. Uma hora depois o vento aumentava de velocidade chamando a atenção aos dois pescadores a situação do tempo)
Augusto – À Francisco, a pesca tem ‘tade a correr bem mas o vento que ‘tá a cair na’me ‘tá agradar nada; já viste qu’a lancha na’tem sossego! Que dizes tu a iste Francisco?
Francisco – Eu na’queria dezer-te nada, mas este vento que ‘tá a cair é de certeza uma forte nortada!
Na minha opinião era melhor levantar ferro e irmos pá terra!
Augusto – T’ans razão é melhor irmos embora.
(pouco depois a lancha já navegava com a vela a meio do mastro com dificuldade, as vagas iam aumentando gradualmente, os pescadores já estavam preocupados e desejosos de chegar a terra.
Entretanto a Maria notou em casa que o vento soprava com alguma intensidade na rua.
Veio à janela imediatamente e ficou preocupada com o seu pai. Regressou à praia, depois de falar com um pescador sobre o tempo ficou mais preocupada. Resolveu ir ao encontro do seu irmão para tomarem uma decisão)
Maria – À Manel chega aqui, tu já reparaste no tempo que ‘tá aí a cair e o nosse pai no mar… Ai Senhor eu já’tou cheia de nerves, eu nunca me vi numa situação destas!
Manuel – Calma Maria, eu estou acabar o meu serviço eu vou já ver o que se passa!
(Entretanto no mar a embarcação do Augusto navegava com alguma dificuldade, o seu companheiro também sentia-se assustado)
Francisco – À Ti’A’guste nós na’vames chegar à terra, as ondas estão aumentar e já por duas vezes tive que tirar água das cavernas com o bartidor.
Augusto – Vai tirando vai tirando para a lancha não ficar inundada… Olha já ‘tou tode molhado, e esse  peixe mete nas caixas.
Francisco – Na’tou nada satistet’e com esta situação, o vento cada vez é mais eu ache o melhor é procurarmos um abrigo na Berlenga.
Na minha opinião o Ti’Augusto devia fazer rumo a Peniche… Assim íamos  com vento favorável!
Augusto – Atão ouve cá, e em terra como vão saber do nosso rumo, eu na’conheçe lá ninguém!
( Entretanto na Nazaré, o Manuel e a sua irmã também já estavam preocupados com a  nortada e o aumento das vagas)
Manuel – À Maria o pai vai ter dificuldade em navegar com este vento que cada vez é mais, ele ainda não se avista. Olha vamos à Capitania pedir auxílio, aqui os barcos já encalharam mas ainda estão algumas traineiras fundeadas nas bóias.
( Maria estava muito nervosa não sabia  o que dizer)
Maria – À Manel tu é que sabes, vai pedir ao senhor Comandante que mande alguém ir ao encontro do pai… Ai senhor, tantas vezes que eu disse ao pai pa’na’ir ao mar ó Domingo!

Fim do 40º Episódio.

J. Balau.

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