40º
Episódio
Augusto –
Já viste Francisco, agora que estamos ancorados é que o vento aparece!
Francisco
– Já na’tou a gostar muito do tempo, às vezes estas aragens geram-se em fortes
nortadas… Parece que viemos no dia errado!
( O Augusto e o seu companheiro iniciaram
a pesca à linha. Uma hora depois o vento aumentava de velocidade chamando a
atenção aos dois pescadores a situação do tempo)
Augusto –
À Francisco, a pesca tem ‘tade a correr bem mas o vento que ‘tá a cair na’me
‘tá agradar nada; já viste qu’a lancha na’tem sossego! Que dizes tu a iste
Francisco?
Francisco
– Eu na’queria dezer-te nada, mas este vento que ‘tá a cair é de certeza uma
forte nortada!
Na minha
opinião era melhor levantar ferro e irmos pá terra!
Augusto –
T’ans razão é melhor irmos embora.
(pouco depois a lancha já navegava com a
vela a meio do mastro com dificuldade, as vagas iam aumentando gradualmente, os
pescadores já estavam preocupados e desejosos de chegar a terra.
Entretanto a Maria notou em casa que o
vento soprava com alguma intensidade na rua.
Veio à janela imediatamente e ficou
preocupada com o seu pai. Regressou à praia, depois de falar com um pescador
sobre o tempo ficou mais preocupada. Resolveu ir ao encontro do seu irmão para
tomarem uma decisão)
Maria – À
Manel chega aqui, tu já reparaste no tempo que ‘tá aí a cair e o nosse pai no
mar… Ai Senhor eu já’tou cheia de nerves, eu nunca me vi numa situação destas!
Manuel –
Calma Maria, eu estou acabar o meu serviço eu vou já ver o que se passa!
(Entretanto no mar a embarcação do Augusto
navegava com alguma dificuldade, o seu companheiro também sentia-se assustado)
Francisco
– À Ti’A’guste nós na’vames chegar à terra, as ondas estão aumentar e já por
duas vezes tive que tirar água das cavernas com o bartidor.
Augusto –
Vai tirando vai tirando para a lancha não ficar inundada… Olha já ‘tou tode
molhado, e esse peixe mete nas caixas.
Francisco
– Na’tou nada satistet’e com esta situação, o vento cada vez é mais eu ache o
melhor é procurarmos um abrigo na Berlenga.
Na minha
opinião o Ti’Augusto devia fazer rumo a Peniche… Assim íamos com vento favorável!
Augusto –
Atão ouve cá, e em terra como vão saber do nosso rumo, eu na’conheçe lá
ninguém!
( Entretanto na Nazaré, o Manuel e a sua
irmã também já estavam preocupados com a nortada e o aumento das vagas)
Manuel –
À Maria o pai vai ter dificuldade em navegar com este vento que cada vez é
mais, ele ainda não se avista. Olha vamos à Capitania pedir auxílio, aqui os
barcos já encalharam mas ainda estão algumas traineiras fundeadas nas bóias.
( Maria estava muito nervosa não
sabia o que dizer)
Maria – À
Manel tu é que sabes, vai pedir ao senhor Comandante que mande alguém ir ao
encontro do pai… Ai senhor, tantas vezes que eu disse ao pai pa’na’ir ao mar ó
Domingo!
Fim do
40º Episódio.
J. Balau.
Sem comentários:
Enviar um comentário