31º Episódio – O Filho do
Pescador
Manuel - Sim senhora… Ouve cá
Rosa, e tu só agora é que me dizes isso…ah… foi essa lig’oreira a autora do
boato… Pois deixa estar que ela vai
ouvir das boas, e não tarda muito!
- (Dias depois chegou o mês de Abril. A faina da pesca
continuava em bom ritmo, a empresa onde o Augusto trabalhava no mês anterior,
tinha feito boa pescaria; recuperando algum dinheiro dando assim mais
equilíbrio às despesas do dia a dia.
A Maria andava muito contente, já tinha recuperado o
fio que tinha empenhado. O Manuel com o seu ordenado garantido podia também
contribuir financeiramente para as despesas da casa.
Numa noite ao serão, a família conversava sobre o futuro da vida, o Augusto tinha algo para transmitir, mas estava com alguma dificuldade de dizer aos filhos)
Numa noite ao serão, a família conversava sobre o futuro da vida, o Augusto tinha algo para transmitir, mas estava com alguma dificuldade de dizer aos filhos)
Augusto – Olhem filhos, eu
queria conversar com vocês, sobre uma coisa que ontem eu tive conhecimente!
Manuel – Diga lá pai, o que se
passa… Até está a deixar-me preocupado!
Augusto – À filhe iste é só
ma’idéia minha… O Zé, (xalavar) tem
andade muite doente, e numa conversa que’u óvi na taberna, ele vai vender as
redes e o barco. As pescas quele tem fê’te, tabém mal ganha pa’pagar as
despesas!
Manuel – Mas afinal onde é
que o pai quer chegar!
Augusto – Eu ‘tava a pensar, falando primeiro com vocês, se era boa idé’a, eu perguntar a ele se me vendia a arte e o barco… mas, iste era assim, conforme ia ganhando ia pagando… O que dizem vocês a isto?!
(Maria e o Manuel ficaram algum tempo silenciosos, era uma notícia inesperada e também com alguma responsabilidade)
Augusto – Eu ‘tava a pensar, falando primeiro com vocês, se era boa idé’a, eu perguntar a ele se me vendia a arte e o barco… mas, iste era assim, conforme ia ganhando ia pagando… O que dizem vocês a isto?!
(Maria e o Manuel ficaram algum tempo silenciosos, era uma notícia inesperada e também com alguma responsabilidade)
Augusto – Atão, vocês
na’dizem nada!... Parece que na’tão a concordar comigue!
Manuel – Olhe, se quer já a
minha opinião, o pai vai meter-se numa situação de risco… e se as pescas lhe
correm mal!... Vossemecê vai a caminhar
para uma idade que lhe vão pesando as
pernas… mais uns aninhos o pai vai querer é descanse!
`Maria – Eu tabém ‘tou do lade do meu irmão, na’tou a gostar muite dessa idé’a!... Oiça cá pai, porque na compra vossemecê uma lanchinha já usada pa’se entreter a pescar à linha, nos dias que na’tem lance da Arte Xávega!
`Maria – Eu tabém ‘tou do lade do meu irmão, na’tou a gostar muite dessa idé’a!... Oiça cá pai, porque na compra vossemecê uma lanchinha já usada pa’se entreter a pescar à linha, nos dias que na’tem lance da Arte Xávega!
Manuel – Olhe pai, a Maria
teve agora uma boa ideia, e eu até lhe posso ajudar; e nas horas vagas eu podia
ir à pesca consigo!
Augusto - Já vi que na’ vão com a ‘nha idé’a …Se calhar até têm r’ezão… Olha, vou pensar melhor no caso, logue se vê!
Augusto - Já vi que na’ vão com a ‘nha idé’a …Se calhar até têm r’ezão… Olha, vou pensar melhor no caso, logue se vê!
Fim do 31º Episódio
J. Balau.
Sem comentários:
Enviar um comentário