14º Episódio
Augusto – É verdade Rosa. Olha, diz lá ó pr’efessor
ca’nha filha vai amanhã falar com ele!
(Maria no dia
seguinte assim fez)
Maria – (Na escola) Bom dias senhor pr’efessor, vanhe
aqui falar consigue por causa do meu irmão Manel.
Professor – Sim, diga lá então.
Maria – O Manel na’tem vinde á escola, porque a gente
na’pode comprar os livr’es, somes muite pobres.
Professor – Oiça, o caso do seu irmão, é igual a
tantos outros quando abrem as aulas, e porque eu sei que o Manuel já me deu
indicações no ano passado que é inteligente, tenho pena que ele não continue a
frequentar o ensino…diga lá ao seu irmão que venha à escola; eu vou resolver o
problema dos livros; veja se o convence a continuar a estudar!
Maria –‘Tá bem senhor pr’efessor, se assim é já’tou
mais animada. Até amanhã e fique muite agradecida.
(Maria depois
de escutar o professor com atenção, chegou a sua casa muito contente. Ao
esclarecer o seu irmão do apoio que ele ia receber da escola, para continuar a
estudar sem qualquer encargo financeiro, o Manuel recusou a solução anunciada e
prometida pelo professor)
Manuel – À mana ele ‘tá enganar a gente, o livro que
me deu à dias até é velhe… Eu na’vou mais à escola e se obrigarem fuje de casa prontes!
Maria – Ai Senhor, valha-me Deus, iste vai ser ‘ma
vergonha!
Augusto -
(impaciente) Cala-te Maria, na’fales mais aqui da escola, já ‘tou a ficar
chê até às armelas!
(No dia
seguinte, o mar alterou-se e as ressacas das ondas, varriam todo o areal. Os
pescadores junto do paredão, apreciavam o mar com alguma admiração.
O Augusto,
também estava presente encostado à parede da taberna, que habitualmente
frequentava, e pensava para si.)
Augusto – Tenho em casa algumas sardinhas salgadas,
era capaz de ir dar uma linhada com o corrimão… Olha e vou mesme o mar trás
força e está bom para a pesca do robale… O sol leva ainda duas horas d’altura,
vou preparar as coisas!
Fim do 14º Episódio
J. Balau.
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