5º Episódio – A Costureira
(Amélia na
cozinha ia tratando da última refeição.
João junto
do lavatório lavava as mãos e a cara preparando-se assim, para tomar a
última
refeição na companhia da família. Judite, deixava a costura para se juntar à
mesa
e o Manuel, também arrumava os livros na saca com a mesma finalidade. Amélia,
esperando que todos se sentassem, aproximou-se da mesa)
Amélia – Estão prontes... Vá lá, ponham-se de pé.
(Depois de todos fazerem o sinal da cruz, Amélia diz) Abençoai Senhor,
esta nossa
refeição, e lembrai-vos os nossos inimigos e os pobres que nada têm.
Em nome do Pai
e do Filho e Espírito Santo. Amem.
João – (em tom
irónico) Ouve cá Amélia, tás a pedir também pa”quela bruxa…hás-de
ganhar
muite com isso!
(sentam-se
todos)
Amélia – Q”rede João, até à mesa tás a pensar em coisas
do diabo! Ò menes respeita
o lugar onde
‘tás! (Faz o sinal da cruz no peito)
Judite - Olhe pai, por isse é que Deus não o ajuda…Dê
graças ao Senhor, de vossemecê
ter hoje esta refeição,
há muita gente a esta hora que não a tem!
(Enquanto todos comiam, fez-se silencio
por alguns momentos
Mas o Manuel
rosolveu falar e disse:)
Manuel – Agora estou a lembrar,o que o Sr.Prior
disse na missa no Domingo.
Mário - Eu
tabem ó’vi. Olgumas pessoas até tavam a resmungar!
Amélia –
Vê lá como falas mais respeito à mesa Mário…Eu tabém óvi muito bem, ele dezer
mas foi ‘mas verdades!
Manuel – À
mãe na”sei se devo dizer!
(Todos olharam para o Manuel)
João – Diz
lá filhe, se’calhar falou das invejosas e das más vizinhas que há por aí a
falar
da vida alheia!... É só pa” que servem!
Manuel – Na”foi nada disso. O senhor Prior, disse que a
gente não devemos querer mal
aos nossos inimigos.
Mário – E vizinhos “que é um grande pecado.
João – (levanta-se
e diz) Olha, o Sr. Prior se passasse p”aquilo q”ueu já passei, na”dizia
esse disparate…Ele na”sabe tude… ele que vanha morar nesta rua!...agora o
padre
à Oh!...ele tem muite q”aprender com
esta gente.
Amélia -Chega, acabou-se a conversa! (batem à porta,Mário vai abrir)
Mário – À
mãe é a Ti”A’gusta. Entre.( todos ficaram
nervosos).
Ti”agusta-
À... “tão a jantar, desculpem lá! Ouve cá Amélia, na”tens aí um raminho de salsa
que me emprestes. Se eu sei na” vinha agora!
Manuel –
Agora não há remede já entrou!
Amélia - (levanta-se rapidamente) Tenho sim. (dirige-se ao local e tira um ramo de salsa
exposto num copo e entrega à vizinha e diz: )
Amélia – toma
lá, governa-te melher.
TI”Augusta
– Obrigado, bom apetite e passem bem a noite.
João – (trocista)
Bom apetite… o que vale, é que já acabei de comer,ó’canão perdia já
a vontade. Tás a ver Amélia… falar no mau
aparelhar o pau! Na”m”admira nada, que”la
na”vá fazer rezas aquela salsa, pa”destruir
a “nha vida. (Diz com vigor) Vocês
tão òvir
bem, desta casa, já não sai nada p”ra quela melher,ò’viram bem!
Fim do 5º Episódio
J.Balau.
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