39º Episódio
A mãe do José ficou contente de conhecer a namorada do seu filho.
- Olha Rosa tem juízo filha, ‘tou muite contente de te ver e agradecer por teres vinde visitar. Obrigadinha.
- Mãe, a Rosa está um pouco envergonhada, é a primeira vez que entra aqui em casa!
- Obrigada Ti’Vergina, desculpe eu ‘tou co’bocaginhe de pressa, tanhe qu’ir fazer o almoço.
- Vai filha, o tê’pai na’tem ninguém senão a ti… Eu sei tu és a maior riqueza dele… Na’le dês desgostes quele na’marece Rosa! Assim o Zé tenha a vida com’deve ser, você’ses casem-se logue… Nunca contes a tua vida a ninguém, c’uma amiga tem amigas, e outra amiga amigas tem!
- Atão Rosa, gostaste da visita à minha casa e conhecer a minha mãe?
- Na’era precise perguntares, eu já me sinte à vontade, e de vez em quande dou aqui um saltinhe a tua casa, pode ser que a tua mãe, precise de alguma coisa.
- À Rosa, a porta tá sempre aberta pra’ti, daqui em diante vou-te considerar como ‘ma filha.
- Obrigado Ti’Vergina, esteja descansada que’u e o Zé vamos dar muito bem. Até amanhã.
- O tempo foi passando. O Virgulino, lá se foi portando razoavelmente, não bebia e continuava a trabalhar para a senhora Maria da Chupeta, e o senhor Abílio a carregar e descarregar os barris do vinho da camioneta, e outros serviços. Sempre que era preciso ir ao pinhal buscar pinhas, estava sempre pronto, para satisfazer as necessidades da taberneira.
Virgulino ao regressar a casa levava sempre uma saca com alguns alimentos; dinheiro a senhora Maria nunca lhe dava, tinha receio que ele voltasse a cair no vício do vinho.
- Entretanto na botica tudo corria sobre rodas. O senhor Armando estava satisfeito com a prestação do serviço do José e não se sentia arrependido, dar-lhe uma oportunidade na vida. O José estava sempre muito atento e era cauteloso.
Um dia o senhor Armando perguntou-lhe: - Então José, tens alguma piquena debaixo de olho?
- Já sim senhor Armando, este emprego que o senhor me deu, para mim ajudou-me a conquistar a rapariga que eu mais gosto. Deus lhe dê muita saúde e a todos os seus, porque o mar não dá às vezes o que a gente precisa; e confesso que aqui na minha terra, não estava muito satisfeito porque eu gosto de trabalhar todos dias.
- Tu não tens que me agradecer, eu estou muito contente com o teu serviço.
Ouve cá, e o teu pai como se tem portado?
- Ele agora tem tido mais juízo, tenho ouvido lá em casa que ele já conseguiu uma empresa para se matricular!
- Ótimo. O teu pai, se tem andado a fazer uns biscates à Maria da Chupeta, é bom porque ele habitua assim o corpo ao trabalho, foi coisa parece que ele nunca gostou…Mas ainda vai a tempo.
Mudemos agora o assunto, quem é então a tua amada?
- Não sei se o senhor Armando conhece, é a filha de um pescador tem alcunha do –Encharrôque-.
- Àh! – Sei bem quem é… É rapaz tu tiveste olho, essa rapariga é muito bonita… Olha, trás sempre o pai arranjadinho e isso é muito importante… Ele nunca se casou, para não dar uma Madrasta à sua filha!
- Fim do 39º Episódio.
J. Balau.
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