segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Nazaré

Nazaré de onde vens? Para onde vais?

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Nazaré, terra de pescadores e peixeiras.

Outrora era um regalo vê - los na sua faina, no seu lazer e na apresentação das suas tradições, tais como: no carnaval espontâneo, nas marchas populares, nos ranchos de fantasia, no cortejo do trajo, nos usos e costumes, nas procissões e outros acontecimentos que eram tão apreciados e respeitados pela nossa gente.

Os nossos antepassados cumpriram religiosamente estas atividades, onde o povo participava com alma e coração. Uma herança que orgulhosamente a nossa gente respeitou e fazia questão de transmitir às novas gerações, o que contribuiu para que a Nazaré fosse conhecida e visitada por outros povos das mais variadas regiões. Hoje, os mais idosos interrogam-se: Mas o que está acontecer à nossa terra? Parece esvaziar-se para outro lugar!

É notório ver-se o abandono de algumas das nossas tradições. Por vezes vimos mudanças e novas ideias que talvez não sejam as melhores soluções para dar continuidade do que se criou em prol da nossa terra. Há uma certa desilusão e falta de amor mas o nosso povo é bem capaz de fazer melhor se for bem dirigido e apoiado.

É preciso fazer algo rapidamente mas não oiço vozes a proclamarem o que há muito se perdeu.

Será que a força do ritmo destes tempos modernos coloca as nossas tradições cada vez mais no esquecimento?

Será que a nova geração não conhece a riqueza da nossa cultura?

Não teremos todos aqui um papel importante a desempenhar?

Tomando o caminho do “deixa andar”, dentro de alguns anos a Nazaré perderá as suas raízes, o brilho e a alegria do seu povo. Caminha-se com soluções práticas, ao jeito da modernização e do facilitismo porque não há tempo para mais ou porque a crise também nos está afetar!

Presentemente, esperar pela chegada do verão e dos turistas é muito importante mas isso não chega nem resolve tudo. Depois, vem um silêncio em que a nossa gente, com uma vivacidade constante, gostaria de voltar a viver algo da nossa cultura.

Era bom que meditássemos um pouco sobre o que não está bem. Temos de arregaçar as mangas e fazer algo para engrandecer esta concha à beira-mar cada vez mais visitada. Os Nazarenos foram sempre gente de fé e amantes da sua terra onde conseguiram fazer história ao longo dos tempos. Não podemos ficar indiferentes ao abandono de certas tradições. Não estamos numa altura de encontrar culpados, é preciso virar a página da nossa história.

J. Balau.

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