sábado, 21 de setembro de 2013

30º Episódio

30 º Episódio

José dirigiu-se ao posto para recolher informações do seu pai.

- Vai lá filhe, e vê se lhe dás ma’lição. Mas primêre pede ao guarda pa’falares com ele. Olha, porta-te bem na’fales muite alto!

- O José saiu para o seu destino. A Maria ficou junto da sua irmã, pouco depois perguntou: - Ouve cá mana o tê filhe alguma vez tinha te falade na pesca do bacalhau?

- Já, tinha-me dite à uns tempes que se na’hovesse nada em terra, tinha qui’r pedir a alguém para o levar. Eu até le cantei aquela cantiga: - Tu julgas co’bacalhau, é passear no pardão! É passar muntes termentes, e uma linha em cada mão.

- E é Vergina, sele não agarrar este ofrecimente cas’duas mãos do senhor Armando, é burre!

- Qu’antes manientes, sem impertança augavam per’um empreguezinhe destes, e ele ainda ‘tá com dúvedas se há-de ir ó não!

- Entretanto o José tomou rumo ao posto da Guarda Republicana.

- José chegou à porta do posto, pediu licença para entrar e falar com o chefe.

- José foi recebido pelo Guarda e disse: - Senhor guarda eu queria pedir um favor.

O meu pai tratou mal a minha mãe, bateu - lhe até ficar toda negra, se calhar ele nem se lembra de nada, porque a bebedeira era grande e perdeu a consciência.

Ele sem ter dinheiro aparece bêbado, um ou outo amigo paga-lhe um copo e depois aparece aos tombos em casa. E queria se for possível de o proibir de beber. Diga-lhe que é uma lei nova, e quem for apanhado a maltratar alguém por estar bêbado, é preso e paga uma multa.

- Ouve cá rapaz tu achas que ele vai acreditar nessa mentira? Eu não posso fazer justiça com leis que não existem!

- Está bem, o senhor é que sabe das leis mas, pelo menos dava-lhe uma lição de moral. Se não fosse pedir muito eu gostava de falar com ele!

- Está bem. Então aguarda um pouco, eu vou ver a reacção dele.

(Guarda junto do preso)

- Então amigo já dormiste tudo? Vocês quando começam a beber, nunca pensam no resultado que o vinho pode trazer; parece que desta vez as coisas não correram muito bem para o seu lado!

- O que é que’u fiz senhor guarda?

- O que fez!... Então o senhor não se lembra que agrediu a sua mulher e está numa cama toda amachucada! O seu filho já me pôs ao corrente de tudo… Disseste que o pai do teu filho era um paleco!... Isto não te diz nada? Se te puseram na rua têm razão!

- Têm rezão têm senhor Guarda, se foi assim como diz ‘tou desgraçade e a‘nha quenhada ainda vai ser contra mim… Eu som um desgraçade sem juízo.

Olha lá, há agora uma lei nova quem faltar ao respeito, seja a quem for por causa do vinho, fica proibido de beber mais do que certa conta; e tanto paga o bêbado como o taberneiro!

- À senhor guarda, eu nunca mais bebe, sem ser uma pinguinha à refê’ção. Eu promete.

- Então, lembra-te que eu sou testemunha do que estás a dizer, não te esqueças, foi a mim que disseste! Tu nem sabes onde te vais meter se não cumprires com a tua palavra! Olha o teu filho está ali, mas está muito zangado contigo!

- Ele ‘tá’li… Ai o mê rique filhe!

Fim do 30 Episódio

J. Balau.

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