terça-feira, 3 de setembro de 2013

19º Episódio

19º Episódio

- O pescador Virgulino, devido ao mau estado do mar, recusou entrar no barco e despediu-se da empresa do João.

- Os restantes companheiros ficaram admirados e silenciosos, como manifestando e apoiando a razão do Virgulino.

- O Miguel, estava um pouco revoltado de não ter a maioria de apoio e perguntou; - È rapazes vocês querem ir ó mar fazer o lance ó não?

- A companha do Miguel lá foi contrariado preparar a rede dentro do barco. Pouco depois os apetrechos estavam prontos, para lançar a embarcação ao mar.

Com um cabo amarrado à popa do barco, como uma alternativa de segurança, e a ajuda de alguns voluntários, o Miguel tentou fazer-se ao mar.

Junto à praia estavam muitos pescadores a apreciar, a entrada arriscada da companha do Miguel. Rostos não confiantes e tristes com a decisão do mestre, considerando por alguns camaradas um – Lobo do Mar, a ordem da largada, foi anunciada…

- É camaradas, vá fora em Louvor do Santíssimo Sacramento.

E a voz forte e confiante do mestre, ouviu – se no areal nas redondezas, onde a maioria dos pescadores se situavam.

- Rema camaradas, força vem aí mar… esta já passamos, remem com toda a força, rema rema… Alvora aí… sia’ à ré, vem aí mar bastante ; a onda tem a cabeça muite alta… - Miguel faz sinal para a terra

È gente, puchem o cabo, o barco nã’consegue avançar!

E assim aconteceu. Miguel vendo o barco em perigo, alguns voluntários puxaram a corda de segurança, com todas as suas forças, e assim a tripulação ficou fora do perigo.

O Mestre Miguel finalmente tinha reconhecido, o seu erro; não havia condições para trabalhar.

Com a ajuda dos bois, os pescadores colocarem o barco e os apetrechos em segurança. Depois o povo presente na praia, dividiu-se em grupos e dialogaram sobre a decisão disparatada do Miguel.

O camarada Virgulino que não tinha concordado com o seu mestre, de participar na entrada no mar, foi na direção da taberna da Ti’Ana, muito tranquilo tomando logo de seguida uma bebida.

Sem saber do resultado da decisão do seu mestre, aguardava notícias de alguém que ali entrasse.

- Bom dia Ti’Ana.

- Virgolino, ‘tás aí tão descansado!

- Pois ´tou, na’tanhe nada pa’fazer! ( Ti’Afonse entra na taberna)

- Bom dia Virguline, ‘tás aí!

- Olha o Ti’Afonse… A gente já se encontrou na bord’auga!... Na me viu a discutir co’mê mestre!... Você tabém entrava ao mar com rabiosa, as ondas já eram mais altas ca’embarcação!... Seja franco comigue… Eu sei que’na’som muite corajoso, mas o mar na’oferecia condições; op’rigue ‘tava à vita d’um cegue! Olhe Ti’Afonse, eu tanhe muite tempe pa’morrer! Essa agora… Se a rede matar peixe, eu leve uma parte e ele leva dez! Vá p’ra lá ele!

- Olha Virguline t’ans que ter calma, todos nós errames, e hoje o teu mestre tabém errou mas, tu podias evitar a discussão junto da companha; além de teres rezão é verdade!

‘ Inda bem c’alguém me dá rezão… À Ti’Ana encha aí um mata biche p’ra mim e póTi’Afonse…

Por isse é qu’eu goste de você!

- À Virgulino desculpa lá, mas eu não te posso fiar mais… Custa-me dizer-te isto mas, já tens aqui uma conta atrasada há bastante tempo!

- Essa agora Ti’Ana… Eu sempre lhe paguei, só ca’gora na’tanhe ganhe um tostão; e você sabe disse!

- Pois sei, mas tu podes passar muito bem sem a bebida,… Não falando da tua vontade de trabalhar, que é muito pouca! A tua mulher, é a sacrificada a trabalhar no duro, para ganhar alguma coisa para tu comeres; Isso não me podes negar, eu sei muito bem o que ela faz.

Fim do 19º Episódio

J. Balau.

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