História de Vidas - 30º Episódio.
-Maria, depois de dialogar com o Mário, regressou a casa um pouco animada; ficou impressionada com a presença do jovem que há muito tempo não tinha esta oportunidade de falar com ele. Na sua infância, ele era o colega da brincadeira, e muito amigos; mas não passou disso, agora a Maria tinha reparado no Mário, achava-o mais atraente. Quando ela chegou a casa, mais sorridente falou com a sua mãe (Júlia).
- À júlia onde tens ‘tade tu, já tive que ir a um recado, e eu na’goste nada de sair a esta hora.
- À mãe, o sol pôs-se à bocadinho e já ‘tá pensar que é de noite… Demorei-me um pouco, porque encontrei no caminho o Mário que salvou o homem do desastre, e dei-lhe os parabéns é normal.
- Se calhar na foi só isso… conversa puxa conversa e eu aqui à espera de ti.
- Pois bem, tivemos a falar de outras coisas é verdade, ele agora é calafate e falamos sobre a vida dele, na’se passou mais nada!
- Maria, eu na’nasci ontem, já passei pela tua idade… conheço muito bem a vida do mundo, uma pessoa nunca ‘tá descansada, com essa maltesia que anda por aí!
- Eu sei muito bem cuidar de mim…Mas oiça cá mãe, você já me ‘tá a enervar… Mas o que quer você dizer com essa conversa?
- Na’ quer dezer nada, só tava a pensar, que atrás duma conversa pode vir outras coisas!
- Mas que coisas… Há!... Agora ‘tou a perceber a sua intenção, mas tá muito enganada…
- Neste momento entra o Ti’Tonho (pai de Maria).
- Que é isso… Quem é que ‘tá enganada! Se calhar já há p’raí contos e ditos não… Atão Maria, perdeste a língua, não eras tu que estavas a falar!
- Não é nada mê’pai, a conversa é outra… Eu e a mãe estávamos a falar do acidente do Anastácio.
- Mas tu acabaste de dizer, que a mãe ‘tava enganada, eu ouvi bem!
- Pois foi Tonho, eu pensava que era outra pessoa que esteve em perigo, e a tu’filha tem rezão.
- Bem que seja assim como dizem… Ouve cá o jantar já ‘Ta pronto?
- Não, ‘tá quase, é só cozer as batatas.
- À mãe eu vou já pôr os pratos na mesa. Oiça cá, você tem sopa feita?
- Pois tenho, na’sabes que o teu pai na’pode passar sem sopa. Olha p’ra cima da sopa, o bacalhau só chega para o teu pai, o resto ‘tá na panela.
- Não faz mal, eu passo bem com uma tijela com café, em cima do pratinho das mesturadas!
- Em casa do Mário a conversa também estava animada. Muitas visitas de pessoas amigas e conhecidas, frequentavam a casa do Jovem, para agradecer o seu feito heróico, que o povo não se esquecia facilmente. Mas alguém batia à porta na hora da última refeição. Mário foi abrir.
- Olha quem aqui vem aqui o Ti’Anastácio… Então temos homem ou quê!?
- À filhe, eu nunca te vou pagar o que tu fizeste por mim, sei que puseste a tua vida em perigo para me salvares. Deus te ajude também nas tuas aflições!
- Ti’Anastácio, você devia estar em casa a repousar, foi há tão pouco tempo o acidente, sei que está preocupado comigo, mas eu fiz a si, podia ser a outro!
- Mas sabes, eu na’me sentia bem, sem vir a tua casa agradecer-te mais uma vez a tua grande coragem… Obrigada Mário.
- Olhe, eu sei que isto para si foi um grande acontecimento, enquanto você viver nunca mais se vai esquecer, mas para mim já não é assim; eu salvei-o porque entendi que era a minha obrigação, compreende… Olhe, já que está aqui em minha casa pode jantar com a gente!
- Obrigada Mário mas já comi, sabes eu jante mais cedo, é um hábito muito antigo, já vem do tempo do meu pai.
- Prontes. Então eu desejo-lhe a continuação das suas melhoras… mas estou a reparar para si, já está com bom aspeto.
-Sim, estou a recuperar bem, mais uma semana e estou pronto para outra. Olha Mário, mais uma vez obrigadinho por tudo, e quando precisares de alguma coisa da minha casa, estou sempre pronto para te ajudar, nunca mais vou esquecer. Até amanhã se Deus quiser.
- Até amanhã Ti’ Anastácio olhe que está a escurecer não vá cair por aí. Até amanhã.
Fim 30º Episódio.
J. Balau.
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